Mestre em Fitotecnia pela Universidade Federal de
Viçosa, a Engenheira Agrônoma Maria do Carmo Cupertino, instrutora do curso,
ressalta que a importância desta capacitação está principalmente no resgate e
na valorização dos conhecimentos do agricultor. “O que estamos fazendo, muitas vezes parece novidade, mas na realidade
é tentar explicar para o agricultor a importância dos manejos que ele faz na
propriedade, sem a presença dos agroquímicos vindos de fora. É o aproveitamento
de tudo que há na propriedade. O carro-chefe é a homeopatia, porque ensinamos o
agricultor a fazer a homeopatia, com os recursos que ele tem na propriedade.
Então, se ele tiver o ataque de uma praga, é possível ele fazer um nosódio, em
que ele pega a dita praga, que está provocando o desequilíbrio, e, a partir
daí, fazer um preparado homeopático, aproveitando as plantas existentes na
propriedade. É um resgate de conhecimento de plantas medicinais, entendendo que
as mesmas podem ser utilizadas na saúde da família, mas que também podem ser
utilizadas como preparados para as lavouras. Ensinamos também o preparo de
caldas, para o aproveitamento de resíduos nas propriedades. Por exemplo, quem
produz cachaça, tem resíduos da cana que podem ser utilizados; onde se faz o
açúcar mascavo, pode se aproveitar os resíduos na preparação de adubos para a
lavoura. [...] A ideia é que a agricultura seja de fato sustentável; que o
agricultor traga o mínimo de fora. Trabalhamos também com rochagem. A rocha é a
mãe do solo. Então, trabalhamos com a rocha mais próxima da propriedade do
agricultor, reduzindo gastos com calcário, porque todas as propriedades hoje
que estão fazendo rochagem não precisam fazer calagem. Modifica-se totalmente a
estrutura do solo e se faz um resgate da sua origem. [...] Esclarecemos ao
agricultor o que é um solo vivo e o que ele precisa fazer para ajudar este solo
a continuar vivo ou vivificá-lo. [...] A primeira coisa é abolir mesmo o uso de
venenos porque, neste caso, fica-se dependente de insumos externos porque não
se tem mais vida na propriedade”, esclareceu a instrutora.
Sem
veneno
Um dos participantes do curso, Amintas Borel,
residente no Córrego dos Borel, destacou que “é um ganho muito grande para o agricultor, especialmente para mim,
pequeno produtor. Tivemos um dia de campo na propriedade, onde começamos a
elaborar maneiras alternativas como caldas e correção do solo. [...] Na aula
prática, estou colocando e fazendo experiência daquilo que aprendo na aula
teórica. Já vejo uma grande diferença na propriedade, porque uma das grandes vantagens
é você parar com o uso do agrotóxico, partindo para um procedimento natural,
orgânico e sem perda da produção”, pontuou Amintas.
Horta
comunitária
(Thomaz Júnior)
Legendas:
À esq.; a instrutora Maria do Carmo
Cupertino, juntamente com os participantes e o Prefeito José Carlos Pereira, em
aula de campo.
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