O movimento revolucionário que culminou na Batalha de Santa Luzia está inserido no quadro de rebeliões liberais que marcaram o período das Regências e o inicio do Segundo Reinado.
No dia 14 de agosto de 1842, após uma ação do Exército Imperial liderada pelo Barão de Caxias, a tropa rebelde que havia acabado de sair vitoriosa de uma batalha em Sabará – se vê obrigada a retroceder para o Arraial de Santa Luzia do Rio das Velhas. A tropa contava com cerca de 3.300 homens, e o quartel general dos revolucionários foi instalado na casa do Padre Manuel Pires de Miranda (atual sede do Museu Histórico Aurélio Dolabella), onde se reuniam os líderes do movimento. Atiradores rebeldes também foram posicionados pelo Arraial, inclusive nas torres da Igreja Matriz
O líder da tropa legalista, Barão de Caxias, havia marcado um ataque contra os liberais para o dia 21 de agosto, mas um desertor do Exército Imperial comunicou a data prevista para o combate aos rebeldes, que decidiram por surpreender o inimigo, antecipando o ataque.
Durante certo momento a tropa rebelde apresentava vantagem em relação aos legalistas, mas uma manobra realizada pelo Coronel José Joaquim de Lima e Silva, irmão de Caxias, provocou um recuo na posição dos revolucionários, o que possibilitou ao Exército Imperial a tomada das posições dos Liberais em Santa Luzia.
Os legalistas tomaram o quartel general dos rebeldes por volta de 15h, quando se dá o fim do enfrentamento. Documentos indicam que os liberais teriam tido cerca de 60 mortos na batalha, enquanto que os legalistas teriam sofrido 60 baixas.
Pela bravura com que lutaram durante a Revolução Liberal de 1842, os insurgentes passaram a ser chamados de “Luzias”, expressão que, desde então, passa a ser sinônimo de “destemor” e “bravura”.
Fonte: Revolução Liberal de 1842 | Prefeitura Municipal de Santa Luzia
MAIS SOBRE A REVOLUÇÃO:
(CORREIO DE MINAS):
Revolução Liberal: 20 de Agosto de 1842 , Santa Luzia, a batalha final. Minas pacificada
20 de agosto, comemorou-se os 179 anos da “Batalha de Santa Luzia”, episódio teve seu lugar na cidade de Santa Luzia (MG) com centenas de mortos e mais de 300 prisioneiros, que caminharam a pé até a cidade de Ouro Preto, onde foram presos, julgados e anistiados pelo Imperador D.Pedro II em 1843.
Por João Vicente
A vitória sobre os legalistas em Queluz, em 26 de julho de 1842, colocou o comando dos insurgentes liberais e suas tropas com autoestima elevada.
Pela proximidade de Ouro Preto, que ficava a 8 léguas de Queluz, hoje Lafaiete, os insurgentes estavam para decidir se invadiriam ou não a capital.
“Desistiram de invadir e tomar a capital da província de Minas de assalto, quando souberam que o exército imperial reforçado com as GNs que Caxias conseguiu ajuntar, marchavam em direção a Ouro Preto” (Dr.Marcos Brant). A notícia abalou a cúpula dos revoltosos liberais que acabaram decididos seguir caminho até Santa Luzia, onde no dia 20 de agosto as tropas comandadas por Caxias e seu irmão derrotaram os inexperientes e bravos combates das tropas dos revoltosos liberais, liderado pela principal figura do Movimento de 1842, Deputado Teófilo Otoni.
Santa Luzia, 1842: tropas de imperiais, comandadas por Caxias, derrotam os liberais no Muro de Pedras (por Célio Nunes)
Santa Luzia, 1842
Tropas do Império, comandadas por Caxias, derrotam os liberais no Muro de Pedras (por Célio Nunes). O chamado Comando Revolucionário dos Insurgentes passou entrar em crise com a notícia da entrada de Caxias no conflito e abalar o astral das tropas que ainda saboreava a vitória sobre os legalista em Queluz.
Uns queriam a invadir o Ouro preto, outros negociar com Caxias, evitar o derramamento der sangue. O certo é que, os rebeldes liberais se mandaram para Santa Luzia e o José Feliciano, Barão de Cocais, picou a mula antes da chegada em Santa Luzia das tropas comandada pelo mais temível militar do império, o Barão Caxias.
Na vitória em Queluz, os insurgentes tomaram de assalto uma artilharia dos combatentes legalistas e marcharam com ela para Santa Luzia. A vinda de um militar experiente e de homens experientes armados fizeram o comando militar do Movimento Revolucionário de 1842 a repensar as suas estratégias militares perante as tropas inimigas. A Batalha de Santa Luzia, foi a mais sangrenta e a mais militar de todos combates travados na Província de Minas Gerais nos 73 dias que o território mineiro e suas elites pegaram em armas.
Os legalistas venceram a Batalha, os derrotados liberais passaram a ser conhecidos como “os Luzias” e foram presos, julgados, absolvidos e por último anistiados em 1843 pelo Imperador D.Pedro II. Sobre o número de mortos, não sabemos o certo, quantos morreram esta batalha. Alguns dizem que morreram 250, 300 combatentes outros menos.
Caxias entrou triunfante na capital da Província, Ouro Preto, e os insurgentes de cabeça erguidas seguiram para a prisão. O governador de Minas, Bernardo Jacinto, não perdeu tempo e num discurso na Assembleia dos Deputados, cascou o ferro nos liberais, pedindo uma exemplar punição as lideranças dos insurgentes liberais que eram na sua maioria seus inimigos políticos.
A batalha de Santa Luzia, pacificava Minas entre liberais e conservadores no lápis mas, na pratica seriam anos duros, tanto no ponto de vista econômico, quanto social e político. A rivalidade política só aumentou, assuntos para um outro encontro com a nossa história.
Por João Vicente
Fonte: https://correiodeminas.com.br/2021/08/23/revolucao-liberal-20-de-agosto-de-1842-santa-luzia-a-batalha-final-minas-pacificada/
(WIKIPEDIA)
Batalha de Santa Luzia
A Batalha de Santa Luzia ocorreu ao longo de agosto de 1842, sendo um dos episódios que compõem a história das revoltas liberais de 1842.
Um fato importante que marcou a história da cidade de Santa Luzia, Minas Gerais, foi a Revolução Liberal de 1842. O casarão, que abriga hoje a Casa da Cultura, antigo Solar Teixeira da Costa, foi o quartel-general dos revolucionários e ainda guarda as marcas de balas em suas janelas. A batalha final foi travada no Muro de Pedras, entre as tropas do revolucionário Teófilo Benedito Ottoni e do governista Barão de Caxias[1].
Na Província de Minas Gerais, a revolta irrompeu a 10 de junho de 1842 em Barbacena, escolhida como sede do governo revolucionário. Foi aclamado como presidente interino da Província José Feliciano Pinto Coelho da Cunha (depois barão de Cocais). Em 4 de julho, em Queluz (atual Conselheiro Lafaiete), as forças legais foram batidas pelos revoltosos comandados pelo Cel. Antônio Nunes Galvão. Os revoltosos receberam novas adesões notadamente de Santa Luzia, Santa Quitéria, Santa Bárbara, Itabira, Caeté e Sabará. A notícia da derrota dos revoltosos paulistas colocou os mineiros em desacordo sobre atacar Ouro Preto.
Caxias, nomeado comandante do exército pacificador, emprega a mesma estratégia utilizada em São Paulo, tomar a capital o mais rápido possível, o que ocorre em 6 de agosto de 1842.
Os revoltosos saem vencedores em Lagoa Santa, sob a liderança de Teófilo Ottoni. Entretanto Caxias reúne suas forças e resolve atacar Santa Luzia, divide seu exército em três colunas, uma comandada por seu irmão José Joaquim de Lima e Silva Sobrinho, outra por ele mesmo e a terceira pelo tenente-coronel Ataídes. Entretanto, devido ao desconhecimento do terreno, Caxias é atacado pelos revoltosos, consegue resistir, e com a chegada da coluna de seu irmão, consegue batê-los em 20 de agosto. Com isso acaba a revolta na província.
Os vencidos, entre os quais se encontravam Teófilo Ottoni e Camilo Maria Ferreira Armond (conde de Prados), foram enviados para a prisão em Ouro Preto e Barbacena.
Fonte: Batalha de Santa Luzia – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
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Em 2018, uma delegação Lafaietense participou do evento. Na foto: Secretário de Cultura, Geraldo Lafaiete, Douglas Henriques, assessor parlamentar e João Vicente. (Correio de Minas) |
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