A
inovação do jovem manhuaçuense Mauro Júnior em lançar startup que disponibiliza aplicativo em celular para agilizar, em
conjunto com o trabalho do agrônomo, todo o processo de certificação do café,
além de torna-la mais acessível aos cafeicultores de pequeno porte, tem sido
bem-sucedida e está sendo apresentada em outros países.
Em
entrevista, Mauro Júnior menciona que a Certicafé tem a proposta de simplificar
todo o processo necessário para a certificação, tornando-o acessível
especialmente aos agricultores familiares que, donos de pequenas propriedades,
por vezes, produzem cafés de excelente qualidade, mas têm dificuldade de acesso
aos selos certificatórios que os ingressarão ao mercado de cafés especiais,
onde o precioso grão é bem mais valorizado.
‘Somos
uma empresa de tecnologia, de Manhuaçu, na região das Matas de Minas. Estamos
fazendo trabalho inédito e totalmente inovador para a cadeia do café, não
somente para a região, mas para a economia. Afinal, estamos falando da segunda
bebida mais consumida no mundo. O café é uma bebida que precisa de
sustentabilidade, e, sustentabilidade passa por certificação. Porém, a
certificação da maneira tradicional como era feita, inviabilizava o acesso do
pequeno produtor. Para que ele conseguisse ter o certificado, acessasse novos
mercados, se tornasse sustentável e melhorasse os resultados da propriedade, era
muito caro, lento e muito burocrático. Não era à toa que, na nossa região das
Matas de Minas, em um universo de 36 mil produtores da agricultura familiar,
havia somente nove produtores, todos eles grandes produtores, com acesso às
certificações internacionais’ explanou Mauro Júnior.
‘Diante
desta dificuldade de acesso para os pequenos produtores, nós criamos um aplicativo
em que, pelo celular, o cafeicultor consegue fazer toda a rotina para obter a
certificação, com a ajuda do agrônomo. Então, com a nossa tecnologia e a
assistência técnica que o agrônomo presta a todo produtor, conseguimos
simplificar o processo para os proprietários, inclusive os de pequeno porte,
para que eles consigam a certificação’, relatou Mauro.
CASE COM
21 CAFEICULTORES DA REGIÃO
O
empreendedor destacou um case de
sucesso realizado com pequeno grupo de cafeicultores da região e como o uso da
tecnologia, aliada ao acompanhamento de todas as etapas, proporcionou esta
revolução no acesso à certificação para os produtores. ‘Foi assim que
conseguimos um case muito importante
para a região, que foi o trabalho com 21 pequenos produtores da agricultura
familiar, que é a realidade da nossa região e da nossa cafeicultura. Tornamos estes
produtores certificados em apenas três meses, enquanto que o período normal de
adequação é de um ano. Ou seja, agilizamos os procedimentos e reduzimos o custo
destas operações em 60%’, comemorou.
SELOS
INTERNACIONAIS
‘Conseguimos,
por exemplo, certificar o produtor com o Rainforest
Alliance Certified, que é um selo que muitos querem, e, somente os grandes
conseguiam. Agora, o viabilizamos para os pequenos e mostramos que é possível a
certificação de orgânicos, inclusive para mercado exterior, para que estes
produtores possam agregar valor e fazer parte deste mercado, que está se
tornando cada vez mais sustentável’, pontuou Mauro.
UMA
COISA PUXA OUTRA
Além
de abrir novas portas para os produtores, a certificação traz consigo uma série
de transformações que se revelam como melhorias e ganhos diversos, conforme
anuncia Mauro. ‘Uma das principais características da certificação é fazer com
que o produtor se adeque às Legislações Ambiental e Trabalhista, de acordo com
aquilo que se aplica à realidade dele. É uma adequação muito simples como, por
exemplo, a documentação que autoriza o consumo da água. É necessário que o
consumo seja regularizado. Quem não tem, fica exposto a correr o risco de tomar
multa por consumir recurso do meio ambiente, sem a devida autorização. Quem é
certificado, obrigatoriamente tem que ter isto. Outra coisa muito importante é
a segurança, a proteção no secador, as capacitações para fazer todo o trabalho
na lavoura, usar a roçadeira do jeito certo e outros equipamentos. São atitudes
que melhoram a qualidade da prestação de serviços das pessoas que trabalham na
propriedade e diminuem o risco de qualquer tipo de acidente e passivos
trabalhistas, em razão disto. Então, não é somente o ganho financeiro direto,
mas o indireto também porque o nível de organização que a propriedade adquire
quando se torna certificada é muito grande, e, isto, influencia diretamente no
resultado financeiro da propriedade’, concluiu o jovem empreendedor.
(Thomaz
Júnior)
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