quarta-feira, 2 de junho de 2010

Empresariado e SEF debatem diferença de impostos entre MG e outros Estados

Diante da proximidade com a divisa do ES, Aciam, Federaminas e Ascon propõem flexibilização de impostos

A diferença entre as cargas tributárias provenientes dos Estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e seu reflexo para a economia local em Manhuaçu – distante apenas cerca de 30 km da divisa com Estado capixaba – foi pauta de reunião envolvendo empresários, Aciam, Ascon, Federaminas e representantes da Secretaria de Estado da Fazenda, na tarde desta terça-feira, 01/06.
Realizado na sede do Consulado da República da Guiné, no Bairro Alfa Sul, o encontro foi promovido pela Federaminas (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais), Aciam (Associação Comercial, Industrial e de Agronegócios de Manhuaçu) e Ascon (Associação dos Contabilistas do Leste de Minas). Entre os presentes, o Cônsul da República da Guiné e Vice-presidente da Federaminas, André Farrath Jaeger; Presidente da Aciam e da Câmara de Manhuaçu, Vereador Antônio Carlos Xavier da Gama (Toninho Gama); Delegado Fiscal de Trânsito, Marcelo Moraes Neves da Rocha; Chefe da AF/ Manhuaçu, Vera Lúcia da Cruz; Secretário M. de Fazenda, Rômulo do Carmo Rodrigues; Conselheiro Estadual do CRC-MG e Presidente da Ascon, Daniel Gerhard Batista; Gerente do HSBC, Alexandre Farrath; Delegado do CRC-MG/Manhuaçu, Pedro Pena, além de empresários proprietários dos principais empreendimentos da cidade.
O Vice-presidente da Federaminas, André Farrath, idealizador desta reunião, comentou sobre a necessidade da adoção de medidas eficientes visando o desenvolvimento econômico da Zona da Mata.
Também houve apresentação ao empresariado dos novos Delegado Fiscal e Secretário Municipal da Fazenda de Manhuaçu.

Anistia Fiscal

O novo Delegado Fiscal de Trânsito da Secretaria de Estado da Fazenda, Marcelo Moraes Neves da Rocha, participou, acompanhado da Chefe da AF/ Manhuaçu, Vera Lúcia da Cruz.
Na oportunidade, o Delegado Fiscal explicou sobre o funcionamento do PPE II (Programa Parcelamento Especial) disponibilizado pela Secretaria de Estado da Fazenda aos empresários como opção para que a regularização de débitos junto ao Governo, relacionados principalmente com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços).
Marcelo esclareceu ainda sobre os critérios de adequação ao PPE e as formas de quitação de débitos oferecidas.

Impostos nos dois Estados

Após a apresentação do PPE II, por parte dos representantes da AF/ Manhuaçu e da SEF/MG, André Farrath abordou uma questão considerada com uma dos principais desafios para o desenvolvimento econômico da região: a diferente tributação entre Minas e Espírito Santo, considerando a proximidade de Manhuaçu com a divisa entre os Estados.
André citou exemplos retratando a dificuldade enfrentada pelo empresariado local quanto a este aspecto e lembrou que a referida demanda já havia sido apresentada ao Governo do Estado, há cerca de cinco anos, em Belo Horizonte, em encontro com o então Secretário de Estado da Fazenda, Wilson Brummer. ‘A ideia nossa realmente era a de fazer uma reunião conjunta, envolvendo as Secretarias de Fazenda Estadual e Municipal, e as entidades representativas: Ascon, Aciam e Federaminas. Posso avaliar com bastante tranquilidade que foi uma reunião de sucesso. O Delegado Fiscal foi muito receptivo. Entendi que daqui saiu um embrião, e, acredito piamente que nesta Lei nº. 45.218, a Lei de Benefícios, Manhuaçu estará inserida. Vamos brigar por isto, e, muito em breve, as empresas que residem na região terão condição de disputar de igual para igual com Estados como o Rio de Janeiro e Espírito Santo. Sobre o IPVA, quero ressaltar que nos reunimos com o Secretário do Governo Estadual, na época, o Wilson Brummer. Estivemos lá, juntamente com o Moisés Pêsso, Toninho Gama e o Deputado Estadual Sebastião Costa, para discutir esta questão. Não temos condição de disputar com o Estado do Espírito Santo, onde, quem compra carro paga 1%, em outros Estados pagam 2%, enquanto, aqui, pagamos 4%. Nos Estados de Goiás e Mato Grosso não se paga IPVA no primeiro ano, paga-se apenas a partir do segundo ano. Como vamos ficar pagando 4%? Temos que discutir isto. Não significa que vamos tirar carros daqui e levar para o Espírito Santo, mas também não significa que aguentamos pagar esta alíquota de 4%. Quero ressaltar que a empresa Localiza discutiu com o Governo, ameaçou levar a frota para o Estado do Paraná, e, hoje, ela paga 1%. A Rosinha Garotinho deu incentivos para a comercialização do leite no Estado do Rio de Janeiro. O Paulo Artung deu incentivo para o Estado do Espírito Santo. Nós aqui, nesta ponta de Estado, dividindo com o Espírito Santo, e esquecidos pelo Governo no passado, não aguentamos esta carga tributária, precisamos ter força de competitividade. Acredito que, com o Decreto nº. 45.218, que está ai estampado para todo mundo ver, certamente teremos força de competitividade para com outras regiões’, salientou.
Ainda no encontro, os empresários comentaram sobre experiências vivenciadas no cotidiano e apresentaram sugestões à SEF. A proposta é aliviar a carga tributária, para que o comércio local se torne mais competitivo em relação às empresas capixabas que usufruem de menor tributação.
O Presidente da Aciam e da Câmara Municipal, Toninho Gama, avaliou o encontro e adiantou que novas reuniões acontecerão. ‘Foi um encontro importante, que visou discutir principalmente o futuro da região. Tivemos a coordenação do André Farrath, que é o nosso representante nesta entidade, e, esta reunião, buscou a apresentação do Delegado Fiscal da Receita Estadual em Manhuaçu e também a possibilidade de um primeiro contato com o novo Secretário M. da Fazenda, Rômulo do Carmo, além de diversos empresários. Os temas discutidos foram de interesse não somente das empresas locais, mas de toda a economia, pois estes empreendimentos proporcionam grande geração de empregos. Vamos buscar meios para que Minas Gerais possa dar incentivos fiscais para que os produtos de empresas de Manhuaçu e região possam ter preços competitivos, trazendo mais renda e emprego. É nossa intenção também preparar um documento que será apresentado à Secretaria de Estado da Fazenda nas próximas semanas’, ressaltou.
O Conselheiro Estadual do CRC-MG e Presidente da Ascon, Daniel Gerhard Batista, comentou sobre a importância do Decreto nº. 45.218 para os desafios percebidos na região. ‘O Decreto traz a possibilidade de um registro tributário diferenciado para a região. Trouxemos o Delegado Fiscal que está em Manhuaçu para escutar nossas demandas, e, em seguida, em um futuro bem próximo, elaborarmos um documento e solicitar ao Governo do Estado que faça este benefício acontecer na região Que seja uma semente a ser plantada esta solicitação de redução do IPVA de 4% para 2% ou que se dê benefícios para empresas e pessoas físicas que tenham um número maior de veículos no município, para que tenhamos aumento de arrecadação e não soframos com isto’, enfatizou.

Delegado Fiscal elogiou a iniciativa

O Delegado Fiscal, Marcelo Moraes, propôs a elaboração de documento com as solicitações devidamente formalizadas e o encaminhamento para a Superintendência Tributária Estadual.
De acordo com Marcelo, a Superintendência poderá analisar o caso, e, consequentemente, viabilizar a flexibilização tributária para a região de Manhuaçu. A reunião foi extremamente positiva, especialmente pela oportunidade de colocarmos para a classe empresarial e também para os contabilistas a missão, a visão e os valores da Secretaria de Estado da Fazenda. Percebi nitidamente a vontade que existe por parte desta classe de efetivamente trazer a evolução, trazer um ganho para a região, e propor políticas alternativas de forma a se ter competitividade e concorrência leal, especialmente em razão dos benefícios concedidos unilateralmente pelos outros Estados. Também foi importante o encontro que nos possibilitou a divulgação do programa de parcelamento especial concedido pelo Governo Estadual, através de Decreto, onde as empresas podem regularizar sua situação com descontos expressivos com relação às multas e os juros. Uma das visões da Secretaria é justamente esta flexibilidade com relação ao cenário político, econômico e social. A classe empresarial percebendo uma competitividade desleal pode propor à Secretaria alterações na Legislação Tributária, de maneira a equilibrar esta concorrência. Caso tenham sido concedidos por outros Estados e que efetivamente estejam prejudicando empresas mineiras, estes incentivos podem ser também concedidos, após análise do Governo Estadual de Minas. Sobre o IPVA, o fato de a alíquota em Minas Gerais ser de 4% e a do Espírito Santo ser de 2% decorre da própria legislação. A Legislação foi promulgada pelo Poder Público. Qualquer proposta de alteração será avaliada. Não posso garantir que a Legislação será alterada, mas, com toda a certeza, o Poder Público apreciará a reivindicação com os devidos fundamentos e não vejo como impossível esta flexibilização’, comentou.  
Rômulo do Carmo Rodrigues, empossado horas antes daquele mesmo dia como Secretário Municipal da Fazenda, acompanhou atentamente a reunião e considerou muito positiva esta interação entre os empresários e a Secretaria de Estado da Fazenda. ‘Ficamos por demais satisfeitos e honrados com o convite para esta reunião, porque isto veio corroborar com aquilo que a gente pensava, sobretudo hoje, quando assumi a Secretaria da Fazenda, às 14h. O Delegado Fiscal Marcelo Moraes expôs a situação do Estado quanto à arrecadação, qual é o pensamento da Secretaria Estadual de Fazenda e o sentimento de nossos empresários. Foi uma discussão muito ampla e ficamos felizes ao constatar que daqui sairão muitos frutos’, destacou.
(Thomaz Júnior)

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