Recentemente, um jovem agricultor de Alto Jequitibá-MG (Henrique Werner Eller Dutra, cujos avós são também da família Heringer e Gripp), passou cerca de 30 dias em excursão pela Alemanha, terra de seus ancestrais. Antes de ir, estudou a língua alemã, para ter melhor aprendizado, compreensão e entrosamento lá.
Teve como objetivo principal ver e conhecer o funcionamento atual da agricultura naquele próspero país da Europa. Interessou visitar principalmente as regiões de pequenos proprietários, onde predominam os sitiantes, à semelhança da sua região aqui de Minas. Visitou vários estabelecimentos agrícolas, entrevistando seus proprietários e observando minuciosamente o sistema e o comportamento do agricultor alemão, na exploração da terra, do solo, na produção dos alimentos.
Quando regressou, por nós convidado, fez cerca de 5 palestras em colégios da região, para os estudantes e agricultores, relatando o que viu e aprendeu de prático naquela importante visita aquele país, berço de seus bisavós ou tataravós. Todos sabem que a Alemanha foi praticamente destruída na 2ª Grande Guerra Mundial, de 1939/45, que abalou toda a Europa e hoje se encontra totalmente reconstruída.
O que ele compara de importante entre a agricultura do Brasil e Alemanha?
1) No campo da defesa do Meio Ambiente, na esfera da Ecologia, ele diz: tanto no Brasil como na Alemanha, no meio rural, o agricultor está gerando quase o mesmo volume de detritos poluentes, comparado com o habitante da cidade. São latas, plásticos, resíduos diversos, etc. A diferença é que o agricultor alemão reúne seus detritos de lixo em uma carroça, caçamba ou carreta, já coletando separadamente. Quando vai à cidade, leva aquele lixo para juntar à reciclagem normal do lixo do meio urbano. Aqui no Brasil, o lixo da cidade tem seu destino, alguns para reciclagem, outros para aterro sanitário, e a maioria para montões de lixo que envergonham a nação. Mas têm seu destino comum, depois que saem de cada casa residencial. Já o lixo gerado na propriedade rural, na casa do proprietário, do colono ou do meeiro, simplesmente é jogado pelas janelas, ao redor de cada casa, indo a cada dia aumentando o entulho, principalmente de garrafas e sacolas de plásticos, acrescidos dos sacos de 60 litros, grosso e resistente, das embalagens de fertilizantes. E o Henrique arremata: daqui a uns anos, o morador, no alto do montão de seu lixo, vai dizer: minha casa está lá embaixo.
Triste destino do Meio Ambiente rural, no Brasil. Precisamos corrigir este erro, coletando separadamente nosso lixo gerado na roça e juntar com o da cidade para um destino comum. Ou fazer a indicada fossa ou cemitério de lixo consiste de uma cova quadrada no leito de um terreno firme, local mais seco, menos sujeito às enxurradas. Cavar um buraco de 2m x 2m de cada lado por 50 a 60 centímetros de profundidade (volume aproximado de 2 metros cúbicos - 2.000 litros) e ali ir reunindo o lixo não degradável representado por: caco de vidro, plástico, latas vazias, etc. Quando o volume estiver cheio, queimar, para dar lugar a outra remessa. Todo lixo não orgânico: papel de jornal ou de embrulho, sacos de ração de papel, restos de vegetais, casca de frutas, verduras, folhas e galhos de plantas, deve ter o destino de adubo orgânico e nunca para entulhar e encher o depósito do lixo não degradável. O lixo que fermenta e decompõe degradável constituídos de restos de vegetais e papel, pode ir direto para a lavoura ou então para uma cova semelhante com as mesmas medidas, para depois de decomposto e transformado no riquíssimo húmus, ser levado para adubar uma horta, um pomar ou um pé de milho ou feijão.
(Publicado na edição de 13 de julho de 1997, no Jornal Tribuna do Leste, p. 23)
Pesquisa e digitalização: Thomaz Júnior
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