segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Associação de Mães e Amigos do Autista de Manhuaçu elege nova diretoria

A AMAAM (Associação de Mães e Amigos do Autista de Manhuaçu) definiu sua nova diretoria, em eleição realizada no último dia 20/01. 

A eleição ocorreu no salão da 3ª Igreja Presbiteriana de Manhuaçu. Durante a votação, houve expressivo comparecimento dos associados e associadas, que aprovaram por unanimidade a chapa única. 

A nova Diretoria tem a seguinte composição: 

Presidente: Patrícia da Silva Lourenço Castro; 

Vice-presidente: Neliana Medeiros de Souza Rabelo; 

1ª Tesoureira: Cíntia Ferreira de Souza Gomes;

1ª Tes.: Aline Rosa Moreira Gomes;

1ª Secretária: Roselane Aparecida Perígolo Caldeira, e 

2ª Sec.: Édna Márcia da Silva Vieira Albuquerque.


Com mandato com duração de quatro anos, a diretoria eleita busca, já neste início de atuação, o apoio da sociedade para fortalecer as ações realizadas na cidade, em especial a luta pela inclusão e conscientização da população.


Thomaz Júnior





sábado, 27 de janeiro de 2024

História do Brasil: A mineração e a ocupação do Centro-Sul

A mineração teve na vida da colônia um grande papel. Durante três quartos de século ocupou a maior parte das atenções do país, e desenvolveu-se à custa da decadência das demais atividades. 

O afluxo de população para as minas é, desde o início do século XVIII, considerável: um rush de proporções gigantescas, que relativamente às condições da colônia é ainda mais acentuado e violento que o famoso rush californiano do século XIX. Isto já seria suficiente para desequilibrar a vida do país e lhe transformar completamente o aspecto. 

Em alguns decênios povoa-se um território imenso até então desabitado, e cuja área global não é inferior a dois milhões de km² Povoamento esparso, bem entendido (em princípios do século XIX não será superior a 600.000 habitantes, ou seja, um quinto da população total do Brasil de então), e distribuído em pequenos núcleos separados entre si por áreas desertas imensas. Esta será a forma característica do povoamento do Brasil centro-sul que se perpetuará até nossos dias. 

A sua significação econômica pode ser avaliada pela dificuldade que representa estabelecer-se um sistema de transportes eficiente e econômico em região tão irregularmente ocupada. Será este o maior ônus legado pela mineração do século XVIII.

Mas de outro lado, o impulso desencadeado pela descoberta das minas permitiu à colonização portuguesa ocupar todo o centro do continente sul-americano. É este mais um fato que precisa ser contado na explicação da atual área imensa do Brasil.

As transformações provocadas pela mineração deram como resultado final o deslocamento do eixo econômico da colônia, antes localizado nos grandes centros açucareiros do Nordeste (Pernambuco e Bahia). A própria capital da colônia (capital mais de nome, pois as diferentes capitanias, que são hoje os Estados, sempre foram mais ou menos independentes entre si, subordinando-se cada qual diretamente a Lisboa) transfere-se em 1763 da Bahia para o Rio de Janeiro. 

As comunicações mais fáceis das minas para o exterior fazem por este porto, que se tornará assim o principal centro urbano da colônia.

De um modo geral, é todo este setor centro-sul que, graças em grande parte à mineração, toma em primeiro lugar entre as diferentes regiões do país, para conservá-lo até hoje. 

A necessidade de abastecer a população, concentrada nas minas e na nova capital, estimulará as atividades econômicas num largo raio geográfico que atingirá não somente as capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro propriamente, mas também São Paulo. 

A agricultura e mais em particular a pecuária desenvolver-se-ão grandemente nestas regiões. É de notar que o território das minas propriamente (sobretudo das mais importantes localizadas no centro de Minas Gerais) é impróprio para as atividades rurais. O solo é pobre e o relevo excessivamente acidentado. Nestas condições, os mineradores terão de se abastecer de gêneros de consumo vindos de fora. Servir-lhes-á sobretudo o sul de Minas Gerais, onde se desenvolve uma economia agrária que embora não contando com gêneros exportáveis de alto valor comercial - como se dera com as regiões açucareiras do litoral-, alcançará um nível de relativa prosperidade.


Fonte: PRADO JÚNIOR, Caio. História Econômica do Brasil. 12ª ed. São Paulo, Ed. Brasiliense, 1970, p. 64-5.


História: Brasil é elevado a Vice-reinado e capital é transferida para o Rio de Janeiro

27/01/1763: Com a chegada do primeiro vice-rei ao Rio de Janeiro, D. Antônio Álvares da Cunha (1700-1791), Conde da Cunha, em 1763, inicia-se uma nova fase na administração da colônia. Portugal passou a reconhecer a crescente importância das capitanias do sul, que a mineração contribuiu para desenvolver paralelamente ao enfraquecimento da economia nordestina.

A mudança da capital refletiu exatamente a transferência do eixo econômico e político da colônia do Nordeste para o Sul, expressando-se inclusive no próprio crescimento populacional: em 1751 o Rio de Janeiro já contava com 50.000 habitantes, contra os 46.000 da Bahia, em 1757.

Os vice-reis, que governaram o Brasil a partir de 1763, preocuparam-se em dar ao Rio de Janeiro condições compatíveis com sua nova posição de capital: abriram-se praças e ruas, construiu-se o cais do porto e edificou-se a Casa dos Pássaros, futuro Museu Nacional.

Em 1772, ainda na administração do Marquês de Pombal, procedeu-se a uma nova divisão administrativa do Brasil. O Estado do Grão-Pará e Maranhão foi dividido em duas partes: 


Uma parte foi unida à capitania de São José do Rio Negro, formando o Estado do Grão-Pará e Rio Negro, com capital em Belém;

A outra parte juntou-se a terras do atual Estado do Piauí, constituindo o Estado do Maranhão e Piauí, com capital em São Luís.






O marquês de Pombal (1699-1782)


Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal, em 3 de agosto de 1750, foi nomeado ministro de D. José I, ocupando a seguir as pastas da Guerra e dos Estrangeiros. Em pouco tempo conseguiu impor-se a todo o ministério e passou em seguida a exercer absorvente influência junto a D. José I na administração, na política interna e externa de Portugal.

Política pombalina: Internamente, Pombal fortaleceu o poder real combatendo a nobreza e os jesuítas. Quanto aos primeiros, aterrorizou-os fazendo prender e executar representantes da mais alta linhagem portuguesa.

A crítica severa e desapaixonada à luz dos documentos vê neste triste episódio um crime inútil justificado por um processo cuja finalidade era forjar vítimas e não apurar responsabilidades. 


Pombal e os jesuítas: Contra os jesuítas Pombal pôs em execução medidas radicais. Em setembro de 1577 são expulsos do palácio real e tiveram ali sua entrada interditada. 

Em primeiro de abril de 1758, a política de Pombal obteve do papa o breve pontifício, no qual era ordenada a visita (devassa) de Jesus; e reforma da Companhia de Jesus; em junho de 1758 são são proibidos de pregar e confessar em Lisboa; a 13 de dezembro de 1758 fecham-lhes as escolas, devassam-lhes as residências, dissolvem casas em todo o império português. 

A 19 de janeiro de 1759, após várias prisões injustas, uma carta régia ordena o confisco dos bens; a 29 são expulsos de todas as escolas, a 3 de setembro são declarados oficialmente fora da lei.

Pela bula pontifícia Dominus ac Redemptor noster, de 21 de julho de 1773, Clemente XIV dissolve a Companhia de Jesus. Somente em agosto de 1814 pela encíclica Solicitudo omnium Ecclesiarum, Pio VII restabelece a ordem que tantos e assinalados serviços prestara.


A administração pombalina: Pombal procurou incrementar a economia portuguesa desenvolvendo o comércio e a indústria. Em 6 de julho de 1755 fundou a Companhia do Grão-Pará com amplo monopólio e a Companhia Geral da Agricultura da Vinha do Alto Douro, em 16 de setembro de 1756. Desenvolveu as manufaturas.

No setor do ensino criou o curso de Filosofia e Matemática na Universidade, o Museu de História Natural e o Observatório Astronômico, tipografia, Gabinete de Física. Iniciou a construção de um Jardim Botânico, criou impostos para prover à execução de um plano educacional.


Pombal e o Brasil: A expulsão dos jesuítas privou o Brasil de um elemento de ordem e moralização na incipiente sociedade da nossa vida colonial. Fecharam-se escolas, sofreram as reduções dos índios, privados da natural proteção que os inacianos lhes prodigalizavam.

Nossa vida econômica foi consideravelmente reduzida com as várias medidas de política colonial tomadas por Pombal. 

Em 1763, transferiu a capital do Brasil da Bahia para o Rio de Janeiro.


Linha do Tempo:


  • Em 1759 foi extinto o sistema de Capitanias Hereditárias.

  • Em 1762, o Estado do Brasil foi elevado à categoria de vice-reinado, governado por um vice-rei, subordinado ao Conselho Ultramarino;

  • Em 1763, a capital do Estado do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro;


Fontes:


  • MATTA, Ary da, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Universidade do Distrito Federal. Curso Básico de História Geral, 4ª edição,  Companhia Editora Nacional, 1959, p. 268 e 269;
  • PILETTI, Nelson. História do Brasil: 2° grau e vestibulares. São Paulo, Ática, 1982, p. 61 e 62.



quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Novas Conselheiras Tutelares tomam posse em Reduto

As novas conselheiras tutelares de Reduto, eleitas no Processo de Escolha realizado em 1º de outubro de 2023, tomaram Posse no município, em recente solenidade.

A cerimônia ocorreu na Câmara de Vereadores, com a participação de autoridades, conselheiros, suplentes e seus familiares.
Na ocasião, o Prefeito Dilcélio de Oliveira Hott, acompanhado de representantes da Secretaria M. de Assistência Social e do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, procedeu com o Ato de Posse.
Foram empossadas, as conselheiras: Neida Aparecida da Silva Pimentel, Naiara Luiz tanez, Fernanda Robadel de Oliveira, Glaziele Carvalho de Arruda e Estefane Martins Teodoro de Souza.
Nos pronunciamentos, as autoridades enfatizaram a importância do trabalho desempenhado pelo Conselho Tutelar na proteção dos direitos das crianças e adolescentes.
O mandato dos conselheiros tem duração de quatro anos.
O Conselho Tutelar de Reduto fica localizado na Avenida Fernando Maurilio Lopes, nº 174, no centro da cidade.
Atendimento ao público é das 8h às 17h e também pelo WhatsApp (33) 9 8464 7857.

Thomaz Júnior

Saiba mais em https://www.cidadesdocafe.com/novas-conselheiras-tutelares-tomam-posse-em-reduto/






quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

São Sebastião do Sacramento celebra o Padroeiro



A semana segue com programação especial no distrito de São Sebastião do Sacramento, em Manhuaçu, que celebra seu padroeiro. 

A Novena em Honra a São Sebastião teve início em 11 de janeiro e prossegue até dia 19, com celebrações da Eucaristia, diariamente.

No sábado, 20, Dia de São Sebastião, a programação se iniciará mais cedo, a partir das 15h, com a celebração de Santa Missa, na Igreja Matriz. Em seguida, haverá show musical com a dupla sertaneja Álvaro e Daniel e outras atividades. 

Os Padres Paulo Alexandre e João Paulo, juntamente com toda a coordenação e organização do evento, convidam à população para prestigiar a programação. 


Thomaz Júnior


segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Começa a procura por materiais escolares para novo ano letivo em Manhuaçu

Papelarias e lojas do setor que comercializam materiais escolares estão movimentadas com a chegada do novo ano letivo. Já neste começo de 2024, os empreendimentos estão recebendo pais e alunos que pesquisam por preços e informações sobre novos produtos.

Especialistas destacam que pesquisa e planejamento financeiro ajudam a economizar e vencer o desafio deste desembolso de início de ano. 

Orienta-se, por exemplo, a comprar à vista para aproveitar descontos e não carregar mais uma despesa ao longo do ano.

Comparar os preços em diferentes locais e sites pode ser a melhor alternativa para economizar no material escolar. 


Thomaz Júnior


domingo, 14 de janeiro de 2024

Lançada a pedra fundamental da ponte entre os Bairros Bom Jardim e Vila Deolinda

Realizada na manhã desta sexta-feira, 12/01, a solenidade de Lançamento da Pedra Fundamental da construção da ponte entre os Bairros Bom Jardim e Vila Deolinda, em Manhuaçu. O momento contou com a participação de autoridades, comerciantes e moradores das imediações. Padre Rafael Henrique de Almeida, da Paróquia São Lourenço, conduziu as bênçãos.

A obra está orçada em mais de R$ 6 milhões e tem previsão de conclusão de dez meses. Os recursos são provenientes do Governo Federal,  com a devida contrapartida do município.  Deputado Federal Mário Heringer, autor da Emenda Parlamentar que viabilizou o recurso junto à União, participou da cerimônia.

Para contribuir com esta importante obra de infraestrutura, os empresários José Fernando Costa e Laurentino Xavier procederam com a doação de terreno para acesso à nova ponte.

Em seu pronunciamento, a Prefeita Maria Imaculada agradeceu ao apoio de todos que têm se empenhado para tornar realidade este ousado projeto.

Após os discursos, as autoridades dirigiram-se ao local da pedra fundamental, para descerramento da placa alusiva à obra.

Thomaz Júnior













sábado, 13 de janeiro de 2024

Major Rodrigo, de Manhuaçu, assume o Subcomando do 26º BPM de Itabira

Major Rodrigo Ferreira de Oliveira assumiu o Subcomando do 26º BPM (Batalhão de Polícia Militar) em Itabira. Ele chegou transferido do 64º BPM, com sede em Alfenas, após ter sido promovido ao Posto de Major. 

Natural de Manhuaçu, Major Rodrigo atuou boa parte de sua carreira militar no Sul de Minas, até o presente momento. 

Em Itabira, Major Rodrigo substitui outro manhuaçuense, o Tenente Coronel Gustavo Gomes de Melo, que, recentemente, assumiu o Comando da 21ª Companhia Independente de Polícia Militar, em Ponte Nova.

Atualmente, o 26º BPM de Itabira é comandado por Tenente-coronel Fábio Barcelos de Barros.


Thomaz Júnior / foto: Itabira Net.


quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Conselheiros Tutelares são empossados em Manhuaçu


        Na manhã desta quarta-feira, 10/01, a Prefeita Maria Imaculada empossou os novos conselheiros tutelares de Manhuaçu. A cerimônia ocorreu no Gabinete Municipal, com a participação de autoridades, representantes dos Três Poderes e da rede de proteção à criança e ao Adolescente. 

Os cinco conselheiros empossados assumem mandato de quatro anos. São eles: Rogéria de Souza Afonso, Adão Juvenato, Vanilda Fagundes de Campos, Nilma Silva Alves de Moraes e Maria Aparecida Alves.

Entre os presentes ao ato oficial, o Promotor de Justiça dos Direitos da Criança e do Adolescente de Manhuaçu, Dr. Reinaldo Pinto Lara; Secretária M. de Trabalho e Desenvolvimento Social, Eleni de Jesus; Presidente do CMDDCA, Maria da Conceição Almeida Machado; Vereadores Alan do Allaor, Rosemary, Mariley do Carmo, Juninho Enfermeiro e Administrador Rodrigo; ex-conselheiros, suplentes, representantes de instituições filantrópicas e religiosas, além de familiares dos conselheiros empossados.

As recentes eleições para o Conselho Tutelar ocorreram de forma unificada em todo o Brasil, no dia 1º de outubro de 2023. 

As autoridades presentes reiteraram a importância do trabalho desempenhado pelo Conselho Tutelar na sociedade.

O Promotor Dr. Reinaldo Pinto Lara mencionou que está prevista para ocorrer em breve um novo encontro para os conselheiros de Manhuaçu e municípios vizinhos que integram a Comarca, visando o estabelecimento de uma comunicação eficiente entre o Ministério Público, os conselhos e demais instituições que integram a rede de proteção ao menor.

O mandato dos conselheiros tem duração de quatro anos.


Thomaz Júnior











terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Conselho reforça necessidade de manutenção de estradas em Manhuaçu

Ao abrir a pauta de trabalhos de 2024, na manhã desta segunda-feira, 08/01, o CMDRS (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e Sustentável) de Manhuaçu pontuou a necessidade de atendimento dos pedidos de melhorias nas estradas rurais, além da discussão de outras questões. Entre os presentes, o Diretor do Polo Regional FETAEMG Leste do Rio Doce e Presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, Marco Antônio Domingos, e do Secretário M. de Agricultura, Sandro Tavares.

Sob a presidência de Geraldo da Costa Reis Sobrinho (Geraldinho),  o CMDRS reúne-se, mensalmente, no anfiteatro da Câmara Municipal, com a efetiva participação de conselheiros, que representam as comunidades rurais onde residem e de órgãos governamentais.

Os conselheiros reforçaram que as estradas precisam estar em condições transitáveis para que serviços como transporte escolar, atendimento em saúde, escoamento de produção agrícola e outras atividades possam ocorrer nas comunidades rurais. 

Outros assuntos também foram discutidos, como o planejamento para os demais meses do ano, a possibilidade da realização de reuniões itinerantes nas comunidades, os Chamamentos feitos pela Administração Municipal relacionados ao PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), realizados via Editais publicados no Diário Oficial, entre outros pontos. 


Thomaz Júnior 











terça-feira, 2 de janeiro de 2024

As Doze Regras de Pothier para os Contratos

Direito Civil


Existem doze regras de interpretação contratual propostas por Robert Joseph Pothier (são conhecidas como “regras de Pothier”), sendo uma compilação de regras do direito romano de diferentes épocas e insertas ao Código Civil Napoleônico. São atualíssimas e influenciaram o texto do nosso próprio Código, razão pela qual devem ser conhecidas pelos operadores do direito. 

Apresentamos as respectivas regras e, após o travessão, nossa breve explicação sobre cada uma.

1.ª Nos contratos, o que mais interessa é a intenção comum das partes, e não o sentido literal das palavras – tal mandamento torna menos importante a forma do que o conteúdo das declarações. 

2.ª Quando uma cláusula admitir dois sentidos, deve ser interpretada de modo que produza algum efeito – partindo da conclusão que as pessoas se regram e escrevem o mínimo, não criariam uma regra sem sentido em um contrato. 

3.ª As expressões que possuem um duplo sentido interpretam-se de acordo com a natureza do contrato – note que só usamos essa regra caso não fique clara a intenção das partes (regra 1.ª). 

4.ª As expressões ambíguas interpretam-se de acordo com os costumes do país – aqui, também, entendemos só na impossibilidade de as partes estarem presentes para externarem o que quiseram dizer com a cláusula, ou em caso de litígio sobre a interpretação.

5.ª Os costumes locais estão subentendidos em todo contrato – não nos esqueçamos de que a maioria dos contratos são informais; sequer instrumentos escritos existem, o que torna os costumes fortes elementos de prevenção de conflitos quanto à interpretação. 

6.ª Na dúvida, os contratos interpretam-se contra o estipulante – é que o estipulante tem o domínio da regra, em princípio, tendo sua liberdade em maior extensão do que a da outra parte, razão pela qual que lhe é imputado (a quem criou a regra) prejuízo pela má formulação. 

7.ª As cláusulas contratuais devem ser interpretadas umas em relação às outras – não esqueçamos que a vontade de contratar foi uma só (surgida de mais de uma fonte, no caso, dos contratantes) e que todas as cláusulas devem convergir para a plenitude de realização dessa única vontade, o que impede interpretações com pesos e medidas diferentes em relação ao direito em geral e, no caso desta regra, dentro do espírito do contrato. 

8.ª As cláusulas compreendem apenas o objeto do contrato e não coisas não cogitadas – uma vez que o contrato é regra e esta restringe, sua interpretação também deve ser restritiva para restringir o mínimo e para regrar só o necessário. 

9.ª Os bens singulares estão todos englobados, formando uma universalidade – busca-se aqui simplificar a vida de quem lavrou o contrato, uma vez que a vontade e o pensamento são mais rápidos e ágeis do que a escrita; há de se entender que todas as partes, acessórias e etc., estão contidas naquele bem principal do contrato; se assim não quisessem as partes, tê-lo-iam ressalvado. 

10.ª Um caso expresso para exemplificar uma obrigação não restringe o vínculo –  uma ou outra cláusula detalhada só operam tais detalhes para aquela cláusula; e qualquer exemplificação não afasta outros enquadramentos para aquela determinada cláusula. 

11.ª Uma cláusula expressa no plural decompõe-se muitas vezes em cláusulas singulares – se o instrumento estiver articulado (1, 1.1, 1.2, ou em artigos-parágrafos-incisos), não haverá dúvida quanto à clausula geral e às cláusulas-detalhamento; mas, se não houver tal organização formal, deve-se inferir pelo teor da cláusula quais são as cláusulas-detalhamento. 

12.ª O que está no fim do período relaciona-se com todo ele, e não só com a parte antecedente, se com aquele concordar em número e gênero – assim, a expressão “carros e motos azuis” significa que todos os veículos são azuis, e não apenas as motos.


Sobre Pothier


Robert Joseph Pothier (09/01/1699 - 02/03/1772) foi um jurista francês.

Nasceu e faleceu em Orleães. Estudou direito para se qualificar para a magistratura, e foi nomeado juiz em 1720 do Tribunal Presidial de Orléans, seguindo os passos de seu pai e avô. Ele ocupou o cargo por cinquenta e dois anos.

Pothier prestou especial atenção à correção e coordenação do texto dos Pandects. Sua Pandectae Justinianae in novum ordinem digestae (Paris e Chartres, 1748-1752) é um clássico no estudo do direito romano. Em 1749 tornou-se professor de direito na Universidade de Orleans.

Ele escreveu muitas monografias eruditas sobre o direito francês, e grande parte de sua obra foi incorporada quase textualmente no Código Civil francês. Suas teorias sobre o direito dos contratos foram influentes na Inglaterra, bem como nos Estados Unidos.

Pothier elaborou uma lei que limita a cobrança em caso de cumprimento indevido de uma obrigação contratual aos danos que são previsíveis.

Escreveu numerosos tratados. Seus trabalhos foram publicados em forma de coleção em várias ocasiões, a primeira editada por Giffrein em 1820-1824. 


Fonte:

Evangelista, Marcos, Direito Civil sem Estresse (2022), e

Wikipedia.




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