Ernani Emerick Faria
6. VÁRZEAS INUNDÁVEIS E BREJOS: Vemo-los desprotegidos e em processo de extinção. São verdadeiras esponjas que absorvem e retêm as águas. Não poderiam ser sequer tocados. Representam um baluarte da flora e da fauna aquática, em extinção. São nichos que preservam um ecossistema vital.
A drenagem seca dos rios, o solo acelera a velocidade da água, que não mais evapora no campo, indo doravante gerar umidade… no MAR.
7. FOGO: Este é seguramente o maior inimigo das florestas, em quase todos os cantos do mundo. Combatê-lo é difícil e custa muito caro. Percebo que as pessoas cuidam melhor daquilo que plantaram com as mãos do que aquilo que existe naturalmente.
Medidas de prevenção, entre outras, seriam o aceiramento das cercas lindeiras e plantio nas divisas de árvores frondosas, formando uma área contínua sombreada onde não haveria restos de vegetais combustíveis. Espécies recomendadas: jambo (eugênia), oiti, manga, castanheira, etc.
8. DESERTIFICAÇÃO: Palavra terrível que evoca uma situação de fato.
Tanto é visível como perceptível. O seu ciclo de morte pode, em poucas palavras, ser assim descrito: a mata atlântica é derrubada.
Surgem as culturas e as pastagens. Com o inadequado ou rudimentar uso do solo e com as chuvas, a camada fértil superficial é carregada para o leito dos rios, provocando o seu assoreamento, uma das causas de enchentes.
Nas áreas de cultura ocorre a erosão e o empobrecimento do solo, em matéria de nutrientes naturais.
Nos pastos, muito por causa do fogo, o solo fica sem proteção e as águas das chuvas levam embora o resto de fertilidade original.
No terreno compactado e árido assim a natureza morta apenas toma seu banho anualmente.
9. PROGRAMAS AMBIENTAIS: Projeto Rio Doce Monitora a bacia Rio Doce. Existe para tentar reverter o atual quadro de degradação ambiental: má qualidade das águas pluviosidade irregular, ausência (ou grau) de umidade local, enchentes, poluição, assoreamento, desertificação, etc. Funciona atualmente junto ao escritório da CPRM em Belo Horizonte.
CEMIG e COPASA: Ao lado de outras, como a CVRD (Companhia Vale do Rio Doce), tocam alguns programas de recuperação e preservação em reservatórios sob sua administração.
É um esforço incipiente e digno de referência, pois poderão brevemente essas experiências serem amplificadas, ajudando em muito a manutenção da grande "caixa d'água" nacional: MINAS GERAIS.
CONSÓRCIO: Esta é a fórmula que acreditamos precisa ser fortalecida a nível do Estado de Minas e municípios. Um programa de recuperação de bacias hidrográficas passaria necessariamente pela ação conjunta dos seguintes órgãos, pessoas e empresas:
IEF/ IBAMA/ Universidades/ SAAE/ COPASA/ C EMIG/ CFLCL (Companhia Força e Luz Cataguases Leopoldina)/ Estado/ Ruralminas/ Prefeituras/ Reflorestadoras/ Hortos/ Emater/ Produtores Rurais/ Viveiristas/ Floriculturas/ Agroindústria e outros.
10. CONCLUSÃO: O aparato legal, fiscalizador e policial do Estado de Minas deve ser vigorosamente acionado para a sobrevivência das matas e reflorestamentos. No caso das matas ciliares e de topo em 5 anos teríamos a recuperação em torno de 50% de toda a cobertura florestal de nossas bacias hidrográficas apenas com a relocalização das cercas atuais para seus limites legais, com a consequente recomposição natural da vegetação na área então remarcada.
O esforço conservacionista e renovador deve ser de todos os cidadãos, da mídia e de todos aqueles que amam a terra em que nasceram: o paraíso tropical chamado BRASIL.
O Criador dos céus e da terra (para os crentes) está de olho naqueles que fustigam a natureza, conforme está registrado no livro do Apocalipse: Capítulo 11 - Verso 18:
"Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, assim aos pequenos como aos grandes, e PARA OS QUE DESTRUÍREM OS QUE DESTROEM A TERRA".
Alto Jequitibá, 27 de Fevereiro de 1997
ERNANI EMERICK FARIA, Economista, CMDE/ A.J.
(Artigo publicado no Jornal Tribuna do Leste, ed. 04/05/1997)
Digitalização e foto: Thomaz Júnior.
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