A
iniciativa tomada pela empresa “Prest-Ação Agro” em lançar o projeto “Mamona: Plante Esta Idéia”, no
município de Alto Jequitibá, contou com o apoio do Sebrae e chamou a atenção do
público.
Questões
relevantes e as vantagens do cultivo da mamona foram mencionadas durante a
palestra ministrada pelo Especialista Gustavo Heleno. Na oportunidade, o Diretor-presidente
da “Prest-Ação Agro” e criador do Projeto “Mamona, Plante Esta Idéia”, José Márcio
Costa Rocha, também se pronunciou, enfatizando os benefícios da implantação
desta cultura.
A
utilização da mamona
De acordo
com José Márcio, a mamona é uma oleaginosa de valor inestimável para o controle
ambiental e a sofisticação da indústria bioenergética do planeta. A
contribuição mais recente desta planta vem ocorrendo na composição de óleo
combustível biodegradável, além de manter o seu uso na aviação, tintas,
medicina, etc. A partir de um projeto do Governo Brasileiro o óleo combustível
vegetal (biodiesel) poderá ser adicionado, numa proporção de até 2%, aos
derivados de petróleo consumidos no país.

Primeira safra
Na região,
os municípios de Divino, Morro da Garça e Dores do Turvo já aderiram ao
projeto. Uma área plantada de três mil hectares deverá resultar em um volume
previsto de 4.200 toneladas de frutos / ano. Uma usina de esmagamento deverá
ser instalada em Divino, visando favorecer os procedimentos de comercialização.
A
expectativa é de que já no primeiro trimestre de 2.005, haja colheita da mamona
na região e seu conseqüente envio para as usinas de esmagamento. O óleo obtido
com este procedimento será destinado aos mercados interno e externo.
Em média, a
colheita acontece 130 dias após o plantio. Em primeiro momento, a produção de mamonas
dos três municípios deverá ser totalmente utilizada na produção de óleo de
mamona refinado tipo 1.
Benefícios
Os
idealizadores do projeto “Mamona: Plante
esta Idéia” apontam benefícios como a geração de trabalho e renda no meio
rural – através do plantio e extração do óleo de mamona; produção de
fertilizantes através da “torta” obtida com seu esmagamento; melhoria da
qualidade da terra do pequeno produtor; elevação da renda dos municípios e a consequente
melhoria da qualidade de vida da população. Os produtores podem realizar
consórcios do plantio da mamona com as culturas tradicionais como o feijão,
amendoim e café – assegurando uma contínua fonte de renda para as suas despesas
domésticas.
Entre os presentes, o Engenheiro Agrônomo Ruy Gripp e o Provedor do HCL, Sebastião Onofre de Carvalho. |
Calcula-se
que o rendimento médio da mamona seja de 1.400 quilos p/ hectare. O preço médio
pago ao produtor, entre fevereiro e abril deste ano, foi de R$ 1,00 p/ quilo,
gerando assim uma receita bruta de R$ 1.400,00 p/ hectare.
O custo
médio de produção é de R$ 680,00 / hectare e a receita por hectare em torno de
R$ 720,00. No caso de regime familiar, deve-se considerar que, do custo
estimado, cerca de R$ 230,00 são usados pra pagamento de mão-de-obra de capina
e colheita e que, neste caso, ficará para a família uma renda de R$ 930,00 /
hectare.
A origem da mamona
Acredita-se
que os primeiros frutos da mamona tenham surgido na Etiópia (Nordeste da
África). As sementes da espécie podem ter chegado ao Brasil trazidas pelas
correntes marinhas do Oceano Atlântico ou mesmo pela semeadura natural
ocasionada por pássaros migratórios. Outra explicação científica condiciona a
mamona como fruto nativo do Brasil baseando-se na divisão continental do
planeta. Neste contexto, é referenciada a similaridade da fauna e flora em
terras da América do Sul com a África.
Conhecida por nossos avós
Quanto à
utilização e aplicação comercial, a mamona está evidenciada desde o século XIX.
Na época, seu óleo era utilizado para fins medicinais (óleo de rícino),
lamparinas domésticas, iluminação pública e lubrificante para “Carros de boi”.
No decorrer da segunda guerra mundial, a mamona foi amplamente utilizada como
lubrificante.
Quanto às
atividades em nossa região, o próximo passo deverá ser o cadastramento dos
produtores interessados no cultivo.
Viviane de
Souza, Professora de Agronegócios da Facig, destacou que a participação dos
alunos da Faculdade neste encontro foi uma experiência positiva, proporcionando
uma maior interação com o meio agropecuário da região.
Em
entrevista à nossa reportagem, o Engenheiro Agrônomo Ruy Gripp elogiou a
iniciativa na cidade, destacando a proposta de diversificação da agricultura e
a facilidade de acesso para o pequeno produtor.
Thomaz Júnior
Nenhum comentário:
Postar um comentário