segunda-feira, 30 de junho de 1997

Manhuaçu perde o Radialista Sebastião Novais

Causou grande pesar na comunidade manhuaçuense o falecimento do radialista Sebastião Novais, vítima de um derrame cerebral, que culminou com sua morte no domingo, dia 29 de junho.

Sebastião Novais, antes de residir em Manhuaçu, exerceu a profissão de alfaiate e trabalhou com serviço de auto-falante em Reduto. Logo que veio para Manhuaçu, Novais ingressou na Rádio Manhuaçu, onde, durante vários anos, foi apresentador de programas, tendo conquistado muitos admiradores, devido ao carinho com o qual atendia seus inúmeros ouvintes e responsabilidade profissional, chegando a alcançar altos índices de audiência.

Aposentado, passou a trabalhar em sua mercearia, onde continuou a fazer numerosos amigos.

Sebastião Novais era casado com Dona Nazira dos Reis e deixou sete filhos: Maria Augusta, Paulo Roberto, Júlio César, Basílio, João Batista, Arnaldo e Agnaldo.


(Publicado no Jornal Tribuna do Leste, em 06/07/1997)
Digitalização e Pesquisa: Thomaz Júnior

segunda-feira, 16 de junho de 1997

Doces cristalizados I

Eng. Agr. Ruy Gripp


Em todas as cidades tradicionais da Zona da Mata de MG, sempre existiram excelentes doceiras que transmitiam para seus descendentes a tecnologia de doces cristalizados de alta qualidade. 

Em Manhumirim, dona Zinha Carvalho, esposa do Sr. Leôncio Carvalho, para orgulho da cidade, tinha seus doces consumidos até mesmo no Palácio do Governo, no Catete. 

Juscelino Kubitscheck, quando governador de Minas, sempre era presenteado com os finos doces de dona Zinha. Eleito presidente, a tradição continuou, cremos que até para o Palácio da Alvorada, em Brasília-DF. 

Dona Zinha - mulher desprendida, não fazia segredo de seus conhecimentos. Nós mesmos (eu com minha esposa Gilda) participamos de um curso prático em sua residência, quase em frente à Catedral de Manhumirim, quando tivemos o grande privilégio de usufruir dos seus conhecimentos que eram transmitidos a todos os interessados na indústria artesanal da fabricação de doces. 

Na oportunidade, ela explicou como, forçada pelas circunstâncias, aprendeu o mistério, compreendeu o segredo, para se conseguir um doce de qualidade, padronizado, durável, que não melava e nem mofava ou azedava, mas conservava sempre seco, com boa aparência e ótimo sabor da fruta. 

Contou-nos que certo dia, tendo recebido figos verdes de diversos fornecedores de regiões diferentes, não querendo rejeitá-los, teve a criatividade de aproveitá-los, ferventando-os a cada dia, numa calda cada vez mais grossa, mais concentrada em açúcar, para não azedar e fermentar.

Assim, depois que aparecia uma espécie de nata ou camada fina de açúcar cristalizado na superfície da calda que cobria as frutas, deixava depositado em grandes vasilhas, pois verificou que neste estágio de concentração, reconhecido por aquela fácil indicação prática, as frutas conservavam por vários meses. 

Este fato permitia dar o ponto final da cristalização das frutas com calma, em função das encomendas dos doces pelos seus vários fregueses, por ocasião das festas de casamento, aniversário, etc. 

Para dona Zinha e demais participantes daquele inesquecível curso prático, (realizado há cerca de 30 anos), levamos então cópia do esquema de produção que tiramos de um livro sobre industrialização caseira de frutas, editada na Inglaterra c traduzido para o espanhol, tal qual o que ela (d. Zinha) descobriu forçada pela natureza. 

O fato de ter recebido um excesso de frutas num único dia, e não querendo deixar o agricultor, seu fornecedor, voltar com a fruta para casa, dado o seu coração bondoso, foi a causa principal de sua importante descoberta que adotou e estava transmitindo para outros.

Um processo prático e eficiente para CRISTALIZAÇÃO DE FRUTAS com boa qualidade: o de fervuras repetidas da calda com a concentração crescente do açúcar e repouso de um ou mais dias para a boa impregnação e uniformidade no interior de todas as frutas.

Segundo W. V. Cruess, em Produtos Industriais de Frutas e Hortaliças, Vol II, pag. 463. sobre frutas cristalizadas, encontramos: "A fabricação de frutas cristalizadas e frutas - glacê já foi uma indústria altamente especializada, na qual todo o êxito dependia, em muito, da perícia e da experiência de cada operário. Uma grande parte do trabalho era feita à mão e com pequenos lotes de frutas. Sem dúvida, os processos para a fabricação de frutas cristalizadas se prestam à industrialização e os equipamentos existentes nas fábricas puderam ser empregados reduzindo bastante o custo da fabricação  e o preço para o consumidor. Nas fábricas da Califórnia, as frutas são tratadas em grandes volumes, em tanques de metal.


PRINCÍPIOS GERAIS 


O processo de cristalização consiste, essencialmente, em impregnar a fruta com a calda até que a concentração de açúcar na fruta esteja no ponto de impedir sua deterioração. 

O processo deve ser conduzido de modo que a fruta não amoleça e se transforme em polpado ou se torne rija e enrugada. Para se conseguir melhores resultados, devem-se fazer fervuras repetidas, seguidas de repouso da calda com concentração crescente de açúcar.

Depois de impregnação, as frutas são lavadas e secadas. Podem ser acondicionadas vendidas nessas condições ou podem ser revestidas de uma fina camada de açúcar e xarope de glicose, ficando, assim, glacê. Isso é feito mergulhando as frutas secas em uma calda e secando-as novamente.

Frutas firmes. Frequentemente, as frutas que estão no ponto ótimo de maturação para consumo de mesa são consideradas moles para o preparo de frutas cristalizadas. As frutas maduras, porém ainda firmes, ou aquelas que estão ligeiramente imaturas são as melhores.


Continua no próximo número.


Publicado no Jornal Tribuna do Leste, ed. 15/06/1977.


segunda-feira, 9 de junho de 1997

Distrito de Dom Corrêa é oficializado em Manhuaçu

Prefeito Geraldo Perígolo oficializa Dom Corrêa como Distrito de Manhuaçu. 
Reportagem publicada no Tribuna do Leste, em edição de 08 de junho de 1997.


Pesquisa e Digitalização: Thomaz Júnior. 

segunda-feira, 2 de junho de 1997

Academia de Letras Homenageou Memória do Professor Manoel do Carmo

A Academia Municipalista de Letras de Manhuaçu realizou sessão solene no dia 26 de abril, deste ano, para homenagear o saudoso Professor Manoel do Carmo, patrono de uma das Cadeiras Intelectuais da Academia de Letras.

A sessão dirigida pelo presidente Sebastião Fernandes, contou com a presença dos Acadêmicos de Manhuaçu, familiares do professor Manoel do Carmo e convidados especiais, acorrendo diversos pronunciamentos revelando fotos históricas da vida do homenageado que se perpetuou, para sempre.


AGRADECIMENTO


Tomada pela emoção, a senhora Maria Eulália do Carmo, filha do professor Manoel do Carmo, agradeceu as homenagens atribuídas ao seu pai, pela Academia de Letras de Manhuaçu ao dizer:


“Ilmo. Presidente da Academia de Letras de Manhuaçu, Sebastião Fernandes, Senhores membros da Academia de Letras de Manhuaçu, autoridades presentes, senhoras e senhores.

O Evangelho de São Lucas conta que, certa vez, Jesus curou 10 leprosos ao mesmo tempo, e apenas um dos que foram curados, voltou para agradecer-lhe, dando glórias a Deus em alta voz. Parece que Jesus quis marcar para nós a importância do do agradecimento, desse ato livre de amor, desse ato cristão; E perguntou ao que voltara: "Não foram 10 os curados? Onde estão os outros nove?"


Por esta razão, lembrando dessa passagem biblica, estou aqui, também na mais alta voz que a emoção me permitir, em nome da família de meu pai para agradecer de coração aquilo de bom, de alegria, de saudade, que recebemos hoje: Que é a confirmação de que, os laços que unem nossa família, não são os do sangue, mas do respeito, do amor verdadeiro mais espiritual do que material, da alegria pela vida um do outro. Estamos revivendo e confirmando nesta noite o amor que o professor Manoel do Carmo nos deixou: Um amor que não é egoísta, nem agressivo, mas que perdoa, não discrimina. Aqui estão seus descendentes de três famílias diferentes e ao mesmo tempo iguais: sua neta a acadêmica, Alcy que nos trouxe José; seus filhos Emanuel e esta que lhes fala; seus Bisnetos Katia e Sérgio que nos trouxeram Ari e Marina, sua enteada Ruth, e sua nora Maria, juntos estamos provando que entre nós há uma aceitação incondicional, mútua, onde nunca houve lugar para quaisquer preconceitos. Temos uma profissão de fé que nos une e reforça a cada dia o amor, pois, somos frutos dessa fé e desse amor.

Acreditamos que outra família similar a esta terrena, neste momento, vibra, festeja, celebra, alegra-se junto ao Deus Pai e ao pai Manoel do Carmo; E compartilha agora, da nossa emoção, da nossa alegria e entra em comunhão conosco para ratificar a nossa gratidão. Lá estão Cláudio, Claudinho, César, Romualdo, Carmita, Abilio, Isidro, Isidrinho, Andreza, Ana, Luiz Gonzaga, Badica, Sebastião, Francisquinho, Alcemar, Adolfina, Paulo Emílio, Sérgio Fernando, Felipe, Ester.

E em nome da família da terra e da família do céu, agradeço à Academia de Letras de Manhuaçu essa homenagem, aos amigos presentes e a todos que prestigiaram este evento. Agradeço a todos pela oportunidade de trazer do passado a lembrança de alguém que está sempre presente na nossa vida, no nosso coração e em nossas orações.

Ao finalizar, parafraseando um orador grego, faço a cada um de vocês, sem nenhuma modéstia, um convite: ‘convido-te a mirar na vida deste homem como um espelho e pegar dele o exemplo para ti mesmo’. Muito obrigado!”


(Artigo publicado no Jornal Tribuna do Leste, em edição de 01/06/1997, p. 11).


Pesquisa e digitalização: Thomaz Júnior


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Recuperandos da APAC Manhuaçu (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) participaram de um novo treinamento direcionado à área d...