Balzac: A Menina dos Olhos de Ouro

Considerado um dos mais brilhantes exemplos de erotismo da literatura do século XIX, este romance evidencia da forma mais direta e explícita possível o outro lado do eros», a homofilia dos personagens femininos, com a peremptória clareza dos raios solares numa tarde de verão. 

Isto não só representa uma novidade no âmbito da produção de Balzac, como também o seu desejo de «ligar-se» à verdadeira problemática da sociedade contemporânea, a realização do seu projeto de retratar toda a realidade da primeira metade do século numa narração capaz de iluminar até os seus aspectos mais secretos e obscuros. 

Entre todos os romances breves de Honoré de Balzac, A menina dos olhos de ouro é o que melhor exemplifica a tríplice natureza do autor: de narrador cínico, objetivo, analítico, mas também apaixonado e romântico, sintético até o mistério -, de político e de pintor.


Honoré de Balzac (Tours 1799-Paris 1850), depois de vários fracassos comerciais, aos trinta anos optou definitivamente pela carreira literária e acumulou, em menos de duas décadas, um extraordinário número de romances e contos que em seguida organizou sob o título de Comédia humana. Criador do romance realista, exerceu uma enorme influência na literatura européia da segunda metade do século. 

Entre seus romances: Eugénie Grandet (1833), Papai Goriot (1835), O primo Pons (1848).


Lucio Chiavarelli é escritor, diretor de cinema, docente e crítico teatral. Para a Newton Compton publicou Todos os contos negros e fantásticos de Maupassant e nesta coletânea, Horla e outros contos do horror.


Ilustração de capa: Eugène Delacroix, La mort de Sardanapale, 1827 (detalhe)


Design: Alessandro Conti


Titulo original: La Fille aux yeux d'or Tradução: Myriam De Filippis Revisão: Mario Fondelli/Taisa Lucchesi.


1996 Editor Int. D.EL., International Publishers ltd. Editor para Brasil: Newton Compton Brasil ltda.


Veja também:

Obra de arte: A morte de Sardanapalus




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