Não experimentamos o avanço mais ou menos linear de uma etnia e uma cultura dominantes que exterminassem as demais.
Depois de vários séculos de sofrida história comum, marcada muitas vezes pela dominação mais cruel, nenhum grupo pode se definir como puro, nem como centro, nem como portador de uma lealdade étnica ou cultural extranacional.
Todos foram assimilados e abrasileirados, inclusive os que chegaram muito depois, tornando-se, ao fim ao cabo, mais ricos de humanidade, vocacionados para abrir-se ao mundo e ao novo.
Apesar das enormes limitações ao avanço da prática democrática no nível das instituições formais, constituiu-se aqui uma matriz social vocacionada para o belo destino de construir uma cultura de síntese, aberta a influências e propensa ao pluralismo.
(De BENJAMIM, César et al. A opção brasileira).
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