segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Coleta de latinhas e recicláveis: fonte de renda e esperança de novos horizontes

Outra história de vida marcada por lutas e superação foi registrada na cidade, pelo Diário de Manhuaçu.

É o relato de D. Eunice Juvenato que, tem no recolhimento de latinhas de metal recicláveis, a principal fonte de renda para cobrir as despesas do lar onde reside com os filhos e a neta, no B. São Francisco de Assis.

‘Eu reciclo e cuido dos meus filhos. Não tenho condição de comprar remédios, porque penso primeiro em não deixar faltar as coisas de comer’, afirmou.

‘Todos os dias, percorro as ruas da cidade para recolher recicláveis; faça sol, faça chuva, e, se estiver passando mal, tenho que ir também, porque preciso fazer as compras para a casa. Moro com a neta, a filha e três meninos pequenos, com idades de catorze, doze e dez anos. Saímos às 7h da manhã e retornamos à tarde, para almoçar. Em seguida, vamos novamente para as ruas, na busca de mais recicláveis, e, somente voltamos às 20h’, comentou.  

‘Neste recolhimento, pegamos tudo: papelão, ferro, alumínio e litros descartáveis, que é o que está dando um pouco mais porque o papelão está R$ 0,20, o quilo’, ponderou.

 

SEPARAR RECICLÁVEIS AJUDA A QUEM RECOLHE

 

D. Eunice frisou que o ato de separar o material reciclável (metal, papel e plástico) do não reciclável, em casa e nos empreendimentos, ajuda muito às pessoas que realizam a coleta diária.

Embora ajude muito, o dinheiro arrecadado com estas coletas não é suficiente, porque o valor que preciso para pagar médico e comprar remédios, normalmente não consigo. Atualmente, preciso ter acesso à médicos de pele (dermatologista), psicólogo e médicos de vista (oftalmologista), mas não consigo marcar estas consultas no posto de saúde. O posto não informa previsão de atendimento.

Sobre a pandemia e expectativas para 2022, ela disse que ‘graças a Deus, em casa, ninguém teve COVID-19. Tenho certeza que o próximo ano será melhor, porque para Deus nada é impossível. Esse ano foi bem apertado. Quero desejar feliz Natal para toda a população, para os meus familiares e a vocês do jornal. Que o ano novo seja de muitas realizações para todos’.

Em relação a apoio recebido por parte de instituições, ela argumentou que ‘temos a ajuda do CRAS (Centro de Referência em Assistência Social), com a atenção da Ivonete, que sempre me auxiliou. Já houve momentos em que precisei de remédios e ela me amparou, fazendo contato com o posto de saúde. Também tive muito apoio da equipe para obter meus documentos e dos meus filhos, além de outros serviços. Então agradeço muito’.

Eunice disse que busca estes materiais em domicílio ou nos comércios, bastando a pessoa entrar em contato pelo telefone 33 9 8421 1474.

 

LUTA COMPARTILHADA COM VIZINHOS

 


Valdeci Laureano de Paula, vizinho da D. Eunice, ressaltou a luta diária vivenciada pela coletadora de recicláveis e os próprios desafios superados no cotidiano, com determinação e fé.

‘Dona Eunice luta com dificuldade, como outros vizinhos aqui também. Nós procuramos nos unir, de modo que um ajuda ao outro. Somos humanos e é este o nosso propósito de vida’, afirmou.

‘Atualmente, estou desempregado, com quatro filhos, sendo que um está preso. Não recebo qualquer benefício social. Já tive o Bolsa Família; foi cortado, não sei porque; já tem mais de cinco anos e ainda não consegui reaver esta ajuda. Minha filha começou a juntar recicláveis também, para ajudar em casa. Estamos precisando de cesta básica também. A quem puder ajudar, agradecemos’, solicitou.

 

 O APOIO DO CRAS

 


Andressa Cunha Sathler Liparizzi, Coordenadora do CRAS Manhuaçu, comenta sobre o apoio às famílias necessitadas em Manhuaçu.

‘O CRAS é o Centro de Referência da Assistência Social. Trabalhamos em prol da comunidade, garantindo os direitos dos usuários, por meio de benefícios eventuais e outros que são direitos dos cidadãos. Estamos sempre visitando as comunidades, o CRAS conta com vários técnicos de referência, que visitam e fazem os acompanhamentos a estas famílias que precisam. Então, é traçado o plano de atendimento, nos quais são atendidas estas pessoas diretamente pelo CRAS’, explicou Andressa.

(Thomaz Júnior/ Diário de Manhuaçu)





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