quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

2021: um ano de superações para quem sobreviveu a COVID-19 e aos efeitos da pandemia

Nesta edição especial de fim de ano, o Diário de Manhuaçu traz importantes relatos de pessoas que se sobressaíram durante a pandemia do COVID-19, enfrentando as adversidades, com coragem, fé, determinação e esperança. Pessoas que, mesmo diante de todo o sofrimento decorrente destas vicissitudes, encontraram na esperança o caminho, e venceram.

 


Empresária supera o Covid-19: ‘é um vírus que testa a nossa fé’

 


Foram dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), no grave estágio da intubação, mas, com muita fé, teve alta, restabeleceu a saúde e retomou a vida. Assim conta a empresária manhuaçuense Jaqueline Dornelas. Ela atua na indústria do setor cafeeiro.

‘Minha vida sempre foi de muita luta e persistência, pois, venho de família humilde. Quanto à pandemia, no primeiro ano, não paramos de trabalhar. Neste segundo ano, 2021, trabalhamos pouco porque, de repente, foi fechando tudo, parte das empresas que atendíamos pararam de trabalhar, então estagnou. Então, a pandemia veio nos assustando mais. Temos que nos reinventar sempre. Foram praticamente seis meses quase sem vendas’, conta.

O cenário piorou em junho, quando Jaqueline descobriu que estava com o COVID. “Eu achando que estava com um simples resfriado, constipação. De repente, me vi com o COVID. Fiz o exame, acusou positivo. Fui para a Unidade Respiratória. Permanecia lá e fiz o protocolo, em casa, porque estava bem. Mas, como esse vírus é muito avassalador, descobri que estava com pneumonia. Precisei ser internada por dezessete dias, e a situação foi se agravando. Sou muito ansiosa, e, isto, prejudica muito. Hoje, ao analisar o que ocorreu, digo que este é um vírus que testa a nossa fé. No hospital, o tempo foi passando. Quando já havia uns dez dias que estava internada, os médicos me diziam: ‘você está piorando. Precisaremos encaminhar você para a UTI, pois sua saturação está cada dia mais baixa’. Comecei a ver o inimigo me atacando, querendo me levar embora. Via pessoas internadas ao meu lado, também sendo intubadas. Não podia tomar banho. A dificuldade para respirar era imensa. Ficava lá, pensando nos filhos também. Tudo aquilo mexe muito com o nosso emocional. Foi ai que comecei a implorar a Deus pela minha vida”, relatou.

 

FÉ QUE CURA

No UTI e com o estado de saúde piorando, Jaqueline conta que se agarrou à fé. ‘Sabe quando você sente o amor de Deus e você pede à Nossa Senhora, para Maria passar à frente, você vê que eles te ouvem. Depois que comecei a implorar a Deus pela minha vida, com o obsessor me atacando por sete dias, tudo mudou na minha vida. Quando senti aquele amor entrando em mim e o inimigo se afastando, as coisas começaram a acontecer. Estava internada em Manhumirim, daí, saiu a vaga para a UTI de Manhuaçu. Fui transferida. Em dois dias, já estava na enfermaria, e, em poucos dias, estava em casa. A mudança foi feita assim, em um estalar de dedos, pois, assim é o agir de Deus. É maravilho sentir isso. Este é o meu testemunho em relação a Deus em minha vida. Não podemos perder nunca a fé em Deus, e, não podemos esquecer-nos de Nossa Senhora, que está ai por nós. Sou grata por tudo’, testemunha Jaqueline.

 

SUPERAÇÃO

Nesta trajetória de superação e volta à normalidade, Jaqueline conta que retornou à rotina de trabalho devagar. ‘Ainda tenho um pouco de sequelas. Fiquei com meu pulmão 50% comprometido, e, COVID muda tudo no nosso organismo. Há pouco tempo, eu passava as mãos no meu cabelo, saia a mecha inteira. Somada a isto, a preocupação de trabalhar e manter a empresa aberta. Mas, graças a Deus, em agosto, retomamos nossas atividades na empresa. Então, perder a fé nunca, pois, quando perdermos a esperança e a fé, perdemos tudo. Vivo muito pela fé, assim como praticamente todos os brasileiros. É isso’, mencionou.

‘Agradeço muito à minha família. São religiosos. Oraram muito por mim. Amigos demonstraram preocupações, carinho e orações. Tudo isso ajudou, agradeço muito também.

Sobre o que mudou em sua vida, depois desta experiência, ela pontua que ‘hoje, eu sou mais eu ainda. Me valorizo mais. Me amo mais. Procuro me dar o direito de falar não e fazer mais coisas que gosto. Porque, quando vamos, fica tudo por ai. A realidade é esta, sabe?’

Jaqueline acrescentou que o trabalho a ajudou nesta jornada de recuperação no hospital. ‘A empresa também me salvou. Enquanto estava internada, e, quando tinha condição, pegava e o celular e me inteirava do que estava acontecendo na empresa, decidia, interagia, enfim, isto preencheu minha mente, evitando pesar o pensamento naquela situação de angústia. Não podia me deixar abater’.

‘Depois de tudo isto, digo às pessoas para não desistirem nunca. Que procurem Deus e Nossa Senhora. Ser persistente e agradecer a oportunidade da vida. Batalhar e ser persistente, com muita fé e procurando ser feliz, fazendo coisas que fazem bem para nós. O amor de Deus e da família é tudo’, conclui.

(Thomaz Júnior / Diário de Manhuaçu)







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