quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Deputado Gonzaga visita diretora escolar que o apoiou na juventude

 Pessoas que apoiam sonhos e ajudam a superar os grandes desafios do cotidiano, marcam para sempre a vida daqueles a quem estendem as mãos, com uma impressão indelével no coração. Foi com esta alegria que o Deputado Federal Subtenente Gonzaga visitou a senhora Ione Reis Cordeiro, ex-diretora da Escola Estadual Maria de Lucca Pinto Coelho (antiga Escola Normal), em sua recente visita à Manhuaçu.

O reencontro foi emocionante e a história é muito bonita.

Gonzaga, que é manhuaçuense, relatou a atenção que a ex-diretora, D. Ione, teve com ele em relação aos estudos e ao ingresso no mercado de trabalho, ainda na juventude.

‘Depois de 39 anos, encontrei a Professora Dona Ione, ex-diretora da Escola Maria de Luca, a Escola Normal. Fiz questão de encontrá-la, para agradecer-lhe o benefício, o grande gesto que ela gratuitamente teve comigo, em 1981. Naquele ano, com 17 anos, me inscrevi para o supletivo do 1º grau, e, para minha sorte, consegui ser aprovado em todas as matérias e ir para a Escola Normal, onde dona Ione era diretora. Também era ela que coordenava o supletivo. Ao chegar à secretaria da escola para receber o meu certificado de conclusão do 1º grau, a funcionária Luzia me recebeu, e, ao identificar meu nome, disse: ‘a Dona Ione quer te conhecer’. E me levou até ela. Dona Ione, uma senhora muito elegante, com o perfil de uma diretora muito responsável, me cumprimentou pelo resultado do supletivo e me convidou para estudar naquela escola. Eu disse que queria estudar, mas que precisava trabalhar para sustentar meus estudos e que morava na roça e meus pais não tinham condições de bancar estas despesas. Então, tivemos um diálogo mais ou menos assim. Ela disse: ‘venha estudar aqui na nossa escola. Nós vamos lhe ajudar a encontrar um trabalho. Quanto você quer ganhar?’ Surpreso, eu disse, que me sustentaria com pelo menos um salário mínimo. Ela perguntou: o que você sabe fazer? Capinar é o que eu faço lá na roça, respondi. Ela respondeu: ‘Pois é, mas com esta profissão o mercado não te paga um salário, talvez meio’. Ponderei e falei para ela que ‘se a senhora conseguir para mim, eu aceito’. Fui embora e comecei a procurar alternativas.

Para quem é da nossa idade, recorda que, aquele, era um ano de muita dificuldade de emprego, com uma recessão brava, e, para quem saia da roça, as oportunidades eram muito reduzidas. Porém, na semana seguinte, para garantir vaga na escola, me inscrevi na Escola Normal, no dia 1º de fevereiro de 81. Também me preparava para ir embora para Brasília (DF), onde meu tio, pedreiro, queria me arranjar serviço de servente.

De repente, recebi um recado que foi levado à casa dos meus pais que, confesso não sei quem levou, dizendo que a professora Zuleika queria falar comigo urgente.

No dia seguinte, fui cedo para a cidade de Manhuaçu, distante 40 km da minha casa, onde ainda meus irmãos residem. Na escola, me disseram: ‘Dona Ivone não poderá recebê-lo, mas ela indicou você e mais dois amigos para fazer estágio na Caixa Econômica Federal’. Eles me explicaram que se tratava de um convênio com o banco, em que a escola indicaria bons alunos. Adorei. Veja só, isso aconteceu na escola, onde eu apenas havia feito a inscrição e matrícula. Esse gesto mudou minha vida. Desisti de ir para Brasília. Tornei-me estagiário da Caixa Econômica Federal, com mais dois colegas. Este trabalho durou pouco, apenas quatro meses, pois, a Caixa encerrou o convênio. Então fui trabalhar no hospital, e, de lá, entrei na Polícia Militar.

Dona Ione mudou o rumo da minha vida. Eu poderia estar melhor ou poderia estar pior, mas o gesto dela de me acolher na escola, jamais esqueci. O gesto dela de me indicar para o estágio, de acreditar em mim sem nunca ter sido aluno do colégio, jamais esqueci.

No entanto, nunca mais tinha visto a Dona Ione. Já havia procurado, mas não havia encontrado. Hoje, fui à casa dela, com o distanciamento necessário por causa da prevenção ao Covid-19.

Ela, com 95 anos, lúcida. Tive a oportunidade lhe dizer: ‘Muito obrigado! A Senhora me acolheu sem nunca ter me visto. A Senhora mudou o rumo da minha vida e estou aqui para agradecer. Meu muito obrigado!’, agradeceu o Deputado Federal Subtenente Gonzaga.





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Recuperandos da APAC Manhuaçu participam de curso de classificação de cafés especiais

Recuperandos da APAC Manhuaçu (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) participaram de um novo treinamento direcionado à área d...