
Em programação
especial realizada pela ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), no
decorrer da última semana, foram homenageados os deputados constituintes do Estado.
O saudoso deputado, Dr. Jorge Hannas, conhecido por seu legado de trabalho e
dedicação com a população de Manhuaçu e região, foi um destes parlamentares que
teve ativa participação no histórico documento.
A sessão, destinada à
outorga das homenagens aos 88 parlamentares da 11ª Legislatura (1987-1991), por
ocasião da comemoração dos 30 anos da promulgação da Constituição do Estado de
Minas Gerais, foi organizada na noite desta quinta-feira, 19/09, convocada pelo
Presidente da ALMG, Agostinho Patrus, em atendimento ao Requerimento de autoria
do Deputado Antônio Carlos Arantes.
CONSTITUIÇÃO MINEIRA
Após a promulgação
da Constituição
Federal de 1988, Minas Gerais foi o primeiro Estado da federação a elaborar sua
nova Carta Magna. A Constituição Mineira, também intitulada "Constituição Compromisso",
foi promulgada em setembro de 1989, marcada por intensa
participação popular e pelo convívio harmônico entre os
diferentes partidos que compunham a Assembleia Legislativa de Minas Gerais
(ALMG) à época.
DR. JORGE HANNAS
Carinhosamente
chamado pela população como ‘o médico dos pobres’, Dr. Jorge Hannas foi Vice-prefeito
de Manhuaçu (1982-1986), e, posteriormente, deputado estadual em três ocasiões,
pelo PFL, nas Legislaturas 1987-1991, 1991-1995 e 1995-1999. Além de presidente
por duas vezes da Comissão de Saúde da ALMG, Dr. Jorge foi autor do projeto que
criou a Fundação Hemominas. Ele faleceu em 1998, vítima de acidente
automobilístico.
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Ao centro, Prefeito Fernando Lopes, ladeado pelo então Vice-prefeito Dr. Jorge Hannas (d) e Deputado Federal Mário Assad. À esq. Vereador Lino da Costa e Silva. (foto: Wagner Orlandi) |
Filho de libaneses,
Dr. Jorge Hannas relatou em entrevista concedida à também saudosa Professora D.
Ivonne de Almeida, no ano de 1985 (livro ‘Fragmentos da História de Manhuaçu’),
que aos doze anos de idade seu pai e demais familiares teriam vindo para
Resende Costa (MG), onde já se encontrava seu avô. ‘Minha mãe também veio do
Líbano. Casaram-se em Nazaré e foram para São João Del Rei, onde tiveram nove
filhos’, relatou o saudoso médico.
No livro, a
referência sobre sua vinda à Manhuaçu. ‘Doutor Jorge Hannas veio para Manhuaçu
em 1954, foi uma coisa fortuita, nem conhecia a região. No Rio de Janeiro,
encontrou-se com o sobrinho José Figueiredo Soares que lhe falou sobre esta
cidade. Encontrou-se com Dr. Eduardo, que o convidou para ir para Lajinha.
Soube que o hospital de lá estava sendo terminado. [...] Encontrou o hospital
muito decadente. Só tinham as paredes, o Dr. César (Leite) e as Irmãs de
Caridade. Trabalhou muito. Alguns médicos estavam ausentes do hospital. Trouxe
seu irmão, Dr. Michel Hannas. Em outubro de 1973, passou a ser médico do
Batalhão. Em 1978, sofreu cirurgia e se afastou do Batalhão. Além de médico
também era agricultor, com propriedade em São João do Manhuaçu para a criação
de gado, e, posteriormente cafeicultor’ (Fragmentos da História de Manhuaçu, p.
95 e 96).
Ainda na entrevista,
é mencionada uma forte motivação para o seu amor ao exercício da Medicina.
‘Quando esperava na entrada da Missa de sua formatura, seu pai lhe disse: “Meu
filho, o único pedido que lhe faço! É que atenda os pobres”.
Em 1968, Dr. Jorge
Hannas casou-se com Cleonice, natural de São João do Manhuaçu. A filha do
casal, Geórgia Hannas, foi uma das representantes da família presentes à
solenidade na capital mineira, na noite desta quinta-feira.
(Thomaz
Júnior/ fotos: Wagner Orlandi)
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