Comerciantes dizem que não há cartel de combustíveis em
Manhuaçu
Jorge Heleno, proprietário de posto de combustíveis em Santo Amaro de Minas. |
Em
esclarecedora reunião que possibilitou diálogo entre a sociedade - representada
pelo Procon, Prefeitura de Manhuaçu e Câmara de Vereadores - e donos de
combustíveis, houve a afirmação de que não existe a uniformização de preços ou
cartel no município.
Com
a presença de praticamente todos os vereadores, Coordenador do Procon, Dr. Alex
Barbosa; Prefeita e Secretário de Fazenda, Claudinei Lopes, e cidadãos, a
reunião ocorreu na tarde desta quinta-feira, 29/11, no plenário da Câmara,
antes da sessão legislativa extraordinária, que ocorreu a partir de 18h30.
A
reunião com os comerciantes foi solicitada pela Coordenadoria do Procon, em
atendimento a ofício encaminhado pelos Vereadores Gilson César, Administrador
Rodrigo e Adalto de Abreu, que reivindicava procedimentos de investigação para
apuração de suposta uniformização de preços nos postos de combustíveis.
Dr. Alex Barbosa, Coordenador do PROCON Manhuaçu. |
A
partir daí, o Procon, em entendimento com a Prefeita e a Presidência da Câmara,
optou por convidar aos proprietários de postos para reunião junto aos demais
vereadores, para que os mesmos pudessem esclarecer as dúvidas e as semelhanças
de preços entre os estabelecimentos.
‘Nosso
custo é muito alto. Preço igualitário não é cartel. Cartel é quando se formam
grupos para lesar o consumidor’, afirmou José Antônio, proprietário de posto na
cidade. Ele ainda mencionou que ‘me senti ofendido porque não participo de
cartel. Meu operacional mais a bandeira do posto resultam em custos que deixam
margem pequena de lucro. Entendo que o que ocorre é que estejamos trabalhando
com preço achatado, ou seja, enquanto empresários, estamos forçando os preços
para baixo, justamente para sobrevivermos, pois, ou se faz isto, ou fica-se
fora do mercado em razão da concorrência’.
José Antônio, proprietário de posto na cidade. |
Outro
que se pronunciou foi Jorge Heleno, proprietário de posto em Santo Amaro de
Minas. ‘Somos vítimas de concorrência desleal. Temos custos muito elevados, e,
as reduções de preço anunciadas nas refinarias não chegam até os postos, o que
nos possibilitaria reduzir também os preços aos consumidores finais. Não
fazemos cartel, pois, não podemos nem nos reunir em número de dois ou três em
qualquer ambiente. A legislação não nos permite, justamente para assegurar que
não há combinação de preços’, argumentou.
Os
comerciantes relataram os principais custos que influenciam diretamente no
preço final. Segundo eles, o combustível bandeira branca (ou sem bandeira) –
que não são vinculados às grandes redes - têm custo médio de R$ 3,99, enquanto
que os combustíveis de bandeira são majorados em R$ 0,40, totalizando R$ 4,39.
As operadoras de cartão de crédito cobram 2% em média. Têm-se ainda as despesas
com impostos, custos operacionais e outros.
Prefeita Cici Magalhães |
No
encerramento da reunião, a Prefeita sugeriu a formação de comissão composta por
vereadores e comerciantes para dar continuidade a este trabalho, que visa o
diálogo transparente entre a sociedade e o empresariado. ‘Valorizamos o
diálogo, sempre, pois é o que possibilita o desenvolvimento da sociedade. O
Procon solicitou esta reunião para atender aos vereadores. Então, solicitei da
presidência da Câmara, este encontro hoje com os representantes dos postos,
antes da sessão legislativa, facilitando a participação para todos os
vereadores’, destacou a Prefeita.
Os
vereadores consideraram muito válidos os esclarecimentos dos proprietários de
postos sobre as cobranças feitas pela sociedade - especialmente nas redes
sociais -, além das informações referentes aos custos e despesas do setor, e a
dificuldade do acesso às reduções de preço que, embora anunciadas pelas
refinarias, se diluem, ou se perdem na cadeia do setor.
(Thomaz Júnior) cidadesdocafe.com
Secretário de Fazenda, Claudinei Lopes. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário