Em
razão da repercussão e dúvidas geradas pela recente aprovação da Lei nº
3700/2017, que trata da limitação do horário de funcionamento do comércio, pela
Câmara Municipal, o Vereador Adalto de Abreu, Presidente do Sintracom
(Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Manhuaçu), concedeu entrevista e
esclareceu os objetivos desta regulamentação, que tem foco na jornada de
trabalho dos empregados, sem causar prejuízos para o comércio, independente do
segmento. De acordo com Adalto, os vereadores não aprovaram Lei que engessa o
horário de abertura do comércio, conforme alguns entenderam. A Lei que limita o
horário para o funcionamento do comércio em Manhuaçu existe há dez anos. É a
Lei Municipal nº 2.678, de Agosto de 2007, que determina que o comércio tenha
abertura às 8h da manhã e fechamento entre 18h e 20h, de segunda-feira à
sexta-feira. ‘O que fizemos foi legalizar o horário, para não haver qualquer
tipo de prejuízo para o trabalhador, para ele não ficar de qualquer maneira na
empresa sem saber qual é o horário de fechamento, que agora especificamos às 19
horas, em vez de 18h ou 20h. Nada alteramos em relação ao horário de abertura.
A Lei anterior não especificava horários de funcionamento para os sábados.
Agora, tudo definido! De 8h as 14h. Mas nosso principal propósito foi o combate
à concorrência desleal, pois, antes, a Lei não deixava regulamentados os
horários de abertura e de fechamento do comércio. Elas podiam abrir e fechar a
qualquer momento, então havia alguns empresários que reclamavam que não tinham
como fechar aos finais de semana, pois os concorrentes estavam com as portas
abertas. Também os funcionários nos pediram providências, pois não sabiam que
horas iam para casa. Muitos empresários concordaram que, realmente, precisam
fechar em horários previamente estabelecidos para não haver concorrência
desleal. Foi a partir daí que entrei com o Projeto de Lei e a Câmara aprovou de
forma unânime. Reiteramos que, em momento algum, estamos mexendo em alguma Lei que
possa gerar desemprego na cidade’, explicou. Para as empresas que precisam de
horário de funcionamento diferenciado, como por exemplo, abrir antes das 8h,
Adalto esclareceu que não há problemas. ‘A Lei de aprovada em 2007, no seu
parágrafo 4º, deixa claro que qualquer empresa que quiser abrir mais cedo ou
fechar mais tarde, poderá fazer um acordo coletivo com o sindicato da classe
representante dos trabalhadores. O horário poderá ser estendido até às 22
horas, desde que se coloquem as regras, quais funcionários trabalharão até que
horas e quais são as equipes de trabalho, como acontece com os supermercados,
que têm dois ou até mesmo três horários diferentes para os trabalhadores
revezarem. Não há prejuízos para as empresas. Não mexemos no horário de abertura,
que está estabelecido desde 2007. A Lei que regulamentamos, e que a Prefeita
sancionou para nós, foi quanto ao horário de fechamento do comércio. Mesmo
assim, após muita discussão, muita conversa e o pedido de autorização dos
empresários, sabendo que este horário não atrapalhará o comércio.
Na
tarde desta sexta-feira, 26, em reunião com o Presidente da Câmara, Jorge
Augusto Pereira (Jorge do Ibéria) e o Secretário M. de Comunicação Social,
Alexandre Junqueira Leitão, o Vereador Adalto de Abreu mencionou que ‘vamos nos
reunir com os empresários, para esclarecer e acalmar a situação. Para as
empresas que precisam abrir mais cedo e fechar mais tarde, basta firmar o
acordo coletivo. Ele não tem custos, é gratuito. O que houve na cidade foi uma
repercussão boba, que veio do nada, pois, não há coisa alguma nesta Lei que
prejudicará o comércio de Manhuaçu, que já está trabalhando desta forma há mais
de dez anos’.
O
Secretário Municipal de Comunicação Social, Alexandre Junqueira Leitão,
mencionou que ‘participei de reunião esta semana na ACIAM, quando foi nos
questionado o horário de abertura e fechamento do comércio. Na ocasião,
representamos a Prefeitura, e explicamos aos empresários que a Lei estava em
vigor desde 2007, e, que não havia motivos para preocupação, já que tínhamos
conversado com o Adalto, anteriormente, e ele nos orientou sobre a
possibilidade do acordo para resolver estas diferenças de horário. Também
propomos a realização de uma reunião posterior, nos próximos dias, na sede da
Câmara, justamente para chegarmos a um consenso quanto ao horário de
funcionamento do comércio. Acredito que a melhor forma seja termos um diálogo
maduro, para o bem da cidade e dos trabalhadores, buscando resolver todos estes
problemas’.
(Thomaz Júnior)
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