História de Manhuaçu: 1905-1906, Major Leandro Gonçalves, Chefe do Executivo e Presidente da Câmara

1905 a 1907/Jan.: 7ª  Legislatura/ 7º  Presidente da Câmara M. de Manhuaçu:

Major Leandro Estevam Gonçalves (Presidente e Agente Executivo da Câmara de Vereadores)

Major Leandro Estevam Gonçalves foi Chefe do Executivo (cargo equivalente ao de Prefeito) e Presidente da Câmara Municipal, no biênio 1905-1906. 

Em 1997, o saudoso Professor Sylas Heringer publicou o seguinte texto no Jornal Tribuna do Leste, relatando feitos do Major Leandro Gonçalves e os registros de enchentes que em períodos anteriores também assolaram a cidade.


A HISTÓRIA SE REPETE: AS ENCHENTES DE 1906 E 1997

Sylas Heringer


Nos idos já bem distantes de 1906, passou esta região por acontecimentos idênticos em tamanho e extensão, decorridos assim, noventa anos, quase um século. Um ditado popular, sentencia que a História se repete

Mas torcer para não suceder o que houve com Manhuaçu, em consequência das chuvas naquela época bem distante. 

Uma das iniciativas do então Major Leandro Gonçalves, de saudosa memória, o qual exercia cumulativamente as funções públicas de presidente de Câmara e de chefe do executivo no período de 1905/1906, projetou e pôs mãos à obra na implantação de uma usina elétrica e uma fábrica de tecidos.

Meu falecido sogro, Jorge Sathler, forneceu e transportou grande parte da madeira e o Dr. João César de Oliveira Leite, saudoso médico idealista e fundador do Hospital, me contou que visitava de vez em quando o local para ver o andamento das obras, logo abaixo da antiga Charqueada, atual ENGENHO DA SERRA, antigo bairro da Fábrica.

A usina elétrica seria instalada no local onde por muitos anos havia ótima cultura de hortigranjeiros, abaixo da forte curva da estrada que ia para Manhumirim. 

A tomada de água constaria de um aterro logo acima da referida curva. Lá estão, desde 1905, os buracos feitos nas bases naturais das rochas para assentamento das colunas onde seriam atarrachados os pranchões de madeira formando um paredão para assentamento da terra necessária à vedação da corrente de água. 

O Dr. Cesar Leste me contou que as margens do Rio Manhuaçu, estavam repletas de madeiras, tijolos, telhas, pedras marroadas, areia, paus de andaime, etc.

Iniciados os serviços da represa com a colocação das colunas, as chuvas interromperam todos os serviços. Com a elevação do nível das águas, as madeiras foram tragadas e logo abaixo foram barradas de encontros aos esteios já colocados, formando um entulho que impedia a vazão das águas. 

Com isso, toda a antiga vargem do Cel. Teócrito de Almeida Pinheiro foi invadida pelas águas, formando um verdadeiro mar como narravam os antigos daquela época, hoje denominado Bairro São Lourenço, completamente urbanizado.

O peso das águas forçou a queda do entulho da represa e com ela foram também os sonhos e os ideais do ilustre cidadão, o qual passaria para a história desta região como pioneiro do progresso.

Abatido, desgostoso e vencido pelo insucesso do sonho, veio a falecer poucos meses depois. Ao passarmos pelas enchentes de 1979 e 1983, estas bem menores e ao enfrentarmos a ocorrência dos fenômenos idênticos aos de 1906, apenas das chuvas rendemos com esta, nossa homenagem à memória do saudoso líder político Major Leandro Gonçalves.

(Publicado no Jornal Tribuna do Leste, edição de 12 de janeiro de 1997, p. 13)

Pesquisa e digitalização: Thomaz Júnior










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