Membros do Judiciário da Comarca de Manhumirim e
representantes da APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados)
reuniram-se com autoridades e moradores de Martins Soares na noite de
quarta-feira, 08/10, em
Martins Soares.
Com início às 19h, o encontro promovido no Plenário da Câmara de Vereadores enfatizou aspectos do sistema prisional brasileiro e a reintegração dos ex-detentos à sociedade, por meio do método APAC.
A mesa diretora da reunião foi composta pelo Juiz de Direito da Vara de Execuções Penais da Comarca, Dr. Daniel da Silva Ulhoa; Delegada de Polícia, Dra. Adline Ribeiro; Presidente da Câmara Municipal, Vereador Vicente de Paula Rodrigues, e do Presidente da APAC/ Manhumirim, Luciano Luiz da Silva.
Em entrevista à reportagem, o Juiz Dr. Daniel enfatizou a importância do Método Apac na reinserção dos ex-detentos à sociedade. “Temos passado por um momento em que se percebe que o sistema prisional tradicional está falido e, daí, a importância do tema da Apac ser notada como alternativa para este sistema. Estamos com esta luta da Apac pedindo a ajuda de todos para que consigamos implantar em Manhumirim uma Apac nos moldes que já existem em outras cidades de Minas Gerais. Para isto, é muito importante a participação da sociedade de várias formas, seja através do voluntariado, contribuições financeiras ou de outras formas como a associação a esta entidade. Ao construirmos uma sede para a Apac em Manhumirim, poderemos disponibilizar aos presos que ali cumprem pena, todos os direitos assegurados pela Lei, como direito à Saúde, Educação, assistências jurídica e religiosa, enfim, todos estes direitos. A participação do empresariado é fundamental porque a Apac não dispõe de uma fonte de recursos, inicialmente. A partir do momento em que ela esteja implantada, é possível conseguir convênios, mas, até então, a Apac de Manhumirim ainda não conta com esta fonte de recursos, sendo muito importante a participação de todos”, explicou.
A Delegada de Polícia de Manhumirim, Dra. Adline Ribeiro, ressaltou
vantagens do Método Apac e reafirmou a importância do apoio da sociedade nesta
causa. “O Método Apac é destinado àquelas pessoas que são condenadas. O certo
seria que os detentos condenados cumprissem pena em presídios, mas como os
presídios não suportam tanta gente, estes condenados acabam cumprindo pena nas
cadeias públicas. Ou seja, dos 70 ou 80 presos que temos hoje na cadeia pública
de Manhumirim, 35 são condenados, gerando uma superlotação que não seria
necessária. O Método Apac é algo realmente muito bom, muito interessante também
neste aspecto, para diminuir a população carcerária das cadeias públicas e irem
para os locais adequados. As pessoas precisam se conscientizar de que o que
estamos fazendo hoje é prever algo no futuro, para que a pessoa saia da cadeia
recuperada, com uma religião e com todos os direitos previstos na Lei de
Execução, além do retorno ao convívio social”, destacou.
(Thomaz Júnior)
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