sábado, 24 de junho de 2006

Curso sobre degustação de café enfatiza a importância da qualidade


É crescente a busca por melhorias no processo de produção do café. Um exemplo claro desta afirmação pode ser constatada na especial atenção que os cafeicultores têm dado aos diversos treinamentos, palestras e Dias de Campo promovidos na região. Na última semana, a cidade sediou interessante treinamento sobre degustação de café que reuniu participantes de diversas localidades e contou com a participação de especialista da Universidade Federal de Viçosa.
Organizado por meio de convênio firmado entre a UFV, Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e Sindicato dos Produtores Rurais de Manhuaçu, o treinamento trouxe conhecimento e proporcionou capacitação para profissionais que irão atender a uma demanda crescente: a classificação e degustação de café. Entre os participantes, pessoas residentes em Reduto, Luisburgo, Simonésia e Comunidade Boa Vista (Manhuaçu).
Em entrevista à reportagem, o Instrutor Carlindo Rosa Loures ressaltou a importância e as vantagens de buscar a qualidade na produção do café. “Tive uma experiência recente na região Centro- Oeste do Estado e lá constatei que a maioria das fazendas tem um laboratório próprio para classificação e degustação do café. Este é um curso que traz muitas vantagens, principalmente para o pequeno cafeicultor. Para se ter uma ideia, os representantes das diversas comunidades que participam deste treinamento levarão daqui uma mudança na mentalidade quanto a produção do café. O grande objetivo do curso é a melhoria da produção. O mercado de café sempre existiu. Ele é promissor e hoje exigi qualidade. O produtor que não entrar nessa qualificação e trazer o café bom para o mercado está fazendo para viver. Só! Então, quem está ganhando um pouquinho de dinheiro é quem está fazendo um café melhor. O produtor está sabendo disso e não é difícil mudar. São pequenas as medidas que ele tem que tomar. Por exemplo, ter um terreiro pavimentado ou mesmo fazer um terreiro suspenso; já vimos terreiros suspensos feitos totalmente na roça, com bambu e taquara. Tudo simples! Pode se fazer também uma pequena estufa. Isto não é tão caro, é só querer fazer, pegar orientação ou mandar alguém da comunidade fazer o curso”, enfatiza.
O instrutor destacou exemplos positivos na região, em que pessoas representando suas comunidades participam do treinamento e repassam o conhecimento para os demais moradores. “Na região, temos um exemplo muito sério que é o do Vicente [Comunidade Boa Vista]. O Vicente influencia aquele pessoal [os cafeicultores vizinhos]. Ele trabalha junto e isso traz um resultado. A gente tem acompanhado vários exemplos como este. Em Manhuaçu, nas Comunidades de Soledade e do Córrego do Gavião tem um pessoal fazendo um trabalho excelente. Cafeicultores produzindo o melhor café do Brasil. Em São Caetano, Caputira, não se diz mais que o café de lá não tem boa qualidade. Pelo contrário, produtores que fizeram o curso, hoje oferecem um café fino, de excelente padrão. O que nós queremos é orientar. Explicar que a partir de procedimentos corretos sobre como colher, transportar e mexer no terreiro, tendo no mínimo um secador adicional – que pode ser simples, alternativo de valor acessível-, há como fazer um café de qualidade” afirmou.
(Thomaz Júnior) 
Acesse também www.cidadesdocafe.com

 

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