Consultora do Sebrae relata experiência
de sucesso em Guaçuí – ES
A
experiência positiva da produção de morangos em Guaçuí (ES) foi relatada em uma
palestra especial promovida na Facig (Faculdade de Ciências Gerenciais de
Manhuaçu), na noite desta segunda-feira, 11/06. Apresentada pela Consultora do
Sebrae daquela cidade, Isabel Rodrigues Barbosa, a palestra abordou questões
como a adesão dos produtores, cultivo, embalagem, distribuição e lucratividade.
O morango,
uma infrutescência carnosa, pode ser mais bem cultivado em locais de clima
frio, como é o caso do município capixaba de Guaçuí, que possui altitude
superior a 600 metros.
Além de Consultora do Sebrae, a palestrante também é produtora de morangos. Durante
o encontro com os universitários de Manhuaçu, Isabel contou como foi o início
das atividades relacionadas ao cultivo do morango naquela região e a adaptação
dos produtores. Aos universitários, ela lembrou que diferentes aspectos devem
ser observados nesta área. “Produzir faz parte de um processo. Não é uma questão
isolada. Então, se considerarmos produção, temos que considerar comercialização,
obtenção de insumos, questões que fazem parte de uma cadeia. (...) Um estudante
que está se especializando no agronegócio ele tem que entender todo o processo
de uma cadeia produtiva e a cadeia do morango não é diferente das demais. É
preciso entender o processo”, explicou Isabel.
Em Guaçuí,
além da distribuição em estabelecimentos comerciais e venda direta ao consumidor,
o morango é incluído na merenda escolar das escolas públicas. “Temos algumas
formas de comercialização que são a venda direta ao consumidor, a comercialização
na feira livre e o maior ponto de escoamento da produção que é o fornecimento
para a merenda escolar municipal – que adquire boa parte da produção em Guaçuí.
(...) A produção de morango é principalmente direcionada para agricultores familiares.
É uma cultura fácil de ser assimilada, é muito trabalhada por mulheres e acessível
aos pequenos e médios proprietários. (...) Um produtor pode agregar valor
através da fabricação de geléias, doces e licores, além do atendimento às
lanchonetes, por meio da venda de polpa de frutas”, comentou a representante do
Sebrae.
Quanto à
adaptação de cafeicultores à produção de morangos, a especialista mencionou que
é possível, embora alguns critérios tenham de ser observados. “Normalmente, o
produtor de café que nunca trabalhou com hortaliças encontrará um pouco mais de
dificuldade para cultivar morango porque trata-se de um frutinho bem exigente,
a planta é bem delicada, tornando esta conversão um pouco demorada. Mas é
possível. Se a pessoa quiser, tiver paciência e habilidade é só procurar informação
adequada e orientação técnica”, finalizou Isabel.
A
Coordenadora do Curso, Professora Jane Correa Alves Mendonça, Mestre em Administração,
destacou a importância desta palestra e a viabilidade da produção de morangos
na região. “Por esta experiência, os alunos puderam ver mais um pouco da
prática. (...) Os universitários puderam ver toda a cadeia, o desenvolvimento,
os insumos de produção e de comercialização – que é um dos grandes problemas
que se enfrenta em uma diversificação de cultura. (...) É bem provável que o
pequeno produtor da região possa se adaptar a outras culturas. Esta diversificação
traz renda, fora da produção tradicional do café. Não que o produtor vá deixar
de produzir o café, mas, vai agregar valor a produção tendo outra cultura em
sua propriedade”, explicou Jane.
(Thomaz Júnior)
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