quarta-feira, 29 de agosto de 2012

De Manhuaçu: conheça o homem que devora livros

Usa jeans e gosta de boteco o campeão de leitura da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa. Também revela jamais ter adoecido ou se sentido sozinho desde que aprendeu a ler. A média do ilustre letrado nos últimos 50 anos é de oito livros por mês – cerca de 4.800. No primeiro semestre de 2012, já foram 50 títulos “devorados”, retirados no setor de empréstimo domiciliar, no prédio anexo do Circuito Cultural Praça da Liberdade. Em 2011, sem contar as compras em livrarias, sebos e endereços da internet, foram 105 livros. Clóvis José Ferreira, de 64 anos, é homem simples, de raízes populares, viajante, gourmet, pai, avô e morador do Bairro Santa Tereza, Região Leste da capital.

Nascido em Manhuaçu, na Zona da Mata mineira, o aposentado, dono de pequeno negócio do ramo imobiliário, não queria aparecer. Acabou convencido a falar e tornar pública a paixão pela leitura, que o destaca entre os mais de 90 mil associados da biblioteca estadual. Encontro marcado no “berço” do sujeito magro e elegante, com entrada pela Avenida Bias Fortes – edifício que leva o nome do Professor Francisco Iglesias (1923-1999) – respeitado intelectual e historiador brasileiro. No andar superior, onde fica parte do acervo de 230 mil títulos, Clóvis passeia com a desenvoltura de conhecedor de todas as estantes e prateleiras. Não dá conta de conversar sem ir até os livros – seus prediletos – para recomendar leitura. São muitos, mal cabem na caderneta de mão.

O leitor lista dezenas de autores de “escrita mais fácil”, acessíveis a qualquer sujeito de mínima boa vontade. “Qualquer livro ruim é melhor do que livro nenhum”, complementa. Explica detalhes da literatura de John Grisham, Dickens, Harold Robbins – “na minha época, considerado pornográfico”, diverte-se –, James Ellroy, Dennis Lehane, Michael Connelly, James Clavell, Taylor Caldwell, entre outros tantos que venceram a velocidade da escrita da reportagem. Em cada corredor, muitas histórias, mergulhos vividos pelo homem da vista incansável. “Leitura não faz mal para a vista, leio desde os 8 anos e até hoje não precisei usar óculos. Tem gente que duvida. Aí, pego o catálogo e leio as letras mais miúdas. Pelo contrário, ter aprendido a ler nas condições mais precárias, em movimento e com pouca luz, fez com que a minha visão até melhorasse”, considera Clóvis, que na quinta-feira comemora 65 anos.


Gostos


Segue passeio pelas prateleiras e comenta romances de mais de mil páginas – alguns, lidos duas vezes. “Gosto mesmo das biografias. O que não leio são os “modismos”. Essa onda de vampiro, de lista dos 10 mais, não me pega. Não é a minha praia”, revela. Entre os brasileiros de que mais gosta, Clóvis destaca Guimarães Rosa, Benito Barreto, Agripa Vasconcelos, Érico Veríssimo, Jorge Amado… “precisa mesmo dizer? São tantos…”. Conta ter prazer com a literatura policial: “Os personagens são riquíssimos”. Com 6 mil em espécie, de Ellroy, com 850 páginas, explica: “Ele escreve de modo direto, cortante. Gosto muito”. Em novo corredor, aponta para as prateleiras: “Os ingleses descobriram o filão da Idade Média e se tornaram especialistas. Olhe só a quantidade de livros”.

“Se fosse rico, não seria tão feliz. A felicidade é uma obrigação. Em mim não há espaço para as tristezas, para os aborrecimentos, depressão, nada disso”, diz. O jovem aposentado se orgulha de, até os 50 anos, ter dado volta ao mundo por meio da literatura. “Não tenho dúvida de que a vida que levo, a minha boa relação com o mundo e com o outro é resultado dos personagens e das histórias que conheci nos livros. A leitura melhora o ser humano. Quem lê é diferente. Não importa se você é pedreiro ou astronauta. Se você lê, o seu olhar vai além. Você se torna um profissional diferenciado. Entende e sabe identificar melhor as qualidades e os defeitos das pessoas”, considera. Para ele, se as pessoas lessem mais o mundo seria melhor. “Às vezes venho aqui e tem quatro pessoas, é triste isso.”

Simpático, ele é muito querido. Maria Aparecida Costa Duarte, coordenadora do setor de empréstimo domiciliar, há 16 anos entre os livros da Praça da Liberdade, cita o microempresário como exemplo de bom leitor. “Entre os mais velhos, tem gente que apenas pega os livros emprestados. O Clóvis não. Ele lê muito. Gosta de ler”, ressalta. Ao ver o ilustre leitor alvo da câmera entre as estantes, a funcionária de sorriso bonito dispara: “Tá parecendo um galã, heim!”. Tudo baixinho, muito respeitoso. Estamos na biblioteca.


Volta ao mundo pelas páginas


Tamanha intimidade alcançada com os continentes, levado pelas letras a conhecer a Europa e os Estados Unidos, para o aposentado pareceu uma nova visita. “Depois que me aposentei, passei 18 dias sozinho em Manhattan e parecia que eu conhecia a cidade. Não me senti um estrangeiro em Nova York. Talvez por todas as histórias lidas, passadas na ilha. Na Europa, me emocionei em Paris, diante do Arco do Triunfo. Portugal, nem posso dizer isso, mas chego a ver como o melhor da Europa”, sorri. Em meio às estantes, atende o telefone para tratar de negócios. Sem tirar o olho da prateleira, orienta o trabalho do outro lado da linha, saca um livro: Servidão humana, de William Somerset Maugham. “Este livro é fantástico. Li quando tinha 14 anos”.


Divorciado, pai da nutricionista Carolina, de 32, e da advogada Isabella, de 29, Clóvis conta há 10 anos ter descoberto novo amor. Mas volta a falar da outra paixão: os livros. “Já tive época de paixões diferentes: O profeta, de Khalil Gibran; A ratazana, de Günter Grass; A montanha mágica, de Thomas Mann…”. O aposentado, leitor ilustre, também é internauta, “dos bons”, cliente da Estante Virtual – site que oferta mais de 9 milhões de títulos, “incluindo difíceis e esgotados”. No entanto, mesmo com planos de adquirir seu tablet nos EUA, na próxima viagem, Clóvis não abre mão de ter um bom exemplar nas mãos. “Não acredito no fim dos livros e faço questão de continuar marcando presença na biblioteca. Na companhia dos livros, nunca me sinto só”. Em casa, não conta ou acumula títulos. Os que compra são para doação. Para ele, os livros precisam circular. “Devem estar sempre ao alcance de todos”, ensina.


Jefferson da Fonseca Coutinho 

Estado de Minas


Fonte: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2012/08/27/interna_gerais,313976/conheca-o-homem-que-devora-livros.shtml 






terça-feira, 28 de agosto de 2012

Manhuaçuense estudará música em Portugal

 A jovem Railaine Andrade Couto, 19 anos, aluna do 3º período do curso de Música, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), ingressará neste mês de Setembro para a Universidade de Aveiro, em Portugal, onde dará continuidade a seus estudos.

Para este acesso aos estudos na Europa, a jovem manhuaçuense conseguiu aprovação no PLI (Programa de Licenciaturas Internacionais), financiado pela Capes, para o período entre 2012 e 2014.

Com trajetória exemplar de estudos, Railaine ingressou em 2011 no curso de Música da UFMG, sendo aprovada logo no primeiro vestibular que prestou. A jovem é ex-aluna do Colégio Tiradentes de Polícia Militar de Manhuaçu e da EE Monsenhor Gonzalez. Começou os estudos de música aos oito anos de idade, com aulas de piano na Escola de Música Cantinho Musical e de saxofone na Escola de Música Clóvis Dornelas.

Feliz da vida, Railaine faz um agradecimento especial. “Agradeço a Deus por ter me dado essa imensa oportunidade e talento; aos meus pais Maria da Penha e Renan pelo incentivo, apoio, dedicação e amor durante todo meu trajeto. Aos meus irmãos Renata e Ramon pelo afeto e apoio. Aos meus sobrinhos Marcos e Ana Luiza por serem meus fãs nº 1, além de xodozinhos da titia. Aos meus cunhados Thomaz e Ana Paula por terem me apoiado em vários momentos da minha caminhada. Ao grande amor da minha vida Gustavo, pela compreensão, incentivo e amor nessa nova etapa de minha vida. Enfim, a todos os amigos que acreditaram e torceram por mim, OBRIGADA!”.  

(Thomaz Júnior)

 





segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Caputira comemora 50 anos com grande festa

Dupla sertaneja Relber e Alan
Município comemora 50 anos com apresentações musicais e atrações sobre duas rodas

Com portões abertos e grande comparecimento popular, entre os dias 02 e 05 de Agosto, Caputira comemorou os cinquenta anos de emancipação político-administrativa, com especial programação. Foram shows musicais, apresentações de talentosos pilotos de moto - em diferentes categorias-, e a alegria contagiante do público de toda a região, presente nos quatro dias de festa.
A abertura oficial da programação ocorreu na noite de quinta-feira, 02, com as apresentações da Banda Última Hora (Música Gospel) e do som sertanejo de Banda Luna.
Na sexta-feira, o público se surpreendeu com os incríveis saltos com motos feitos pela equipe de Freestyle, em uma rampa exclusivamente preparada no ambiente da festa. O momento contou com a presença de pilotos de renome internacional.
As emoções da noite continuaram no palco com dois animados shows.
A dupla Clayton e Romário agitou a noite tocando repertório selecionado de músicas sertanejas. Em seguida, o Cantor Paulinho Oliveira apresentou show de pagode, encerrando em alto estilo a programação daquela noite.
O aguardado show de Relber e Allan foi realizado na cidade e teve recorde de público, na noite de sábado. A dupla sertaneja cantou grandes sucessos, encantando a multidão com muito talento e músicas animadas. O Parque de Exposições Erlon Luiz Pereira ficou repleto com a presença de mais de cinco mil pessoas. O público assistiu ao show com total comodidade, sem pagar pela entrada, divertindo-se em um ambiente de paz e em clima de total confraternização e segurança.
Ainda no decorrer da programação, foi organizado o 1º Moto Fest do Motoclube Gato de Botas, no centro da cidade. Diferentes provas sobre duas rodas chamaram a atenção da população.
No domingo, a cidade ficou movimentada à tarde com a Copa Show Minas de Motocross (realizada na fazenda do empresário Chico Costa). Evento este que também registrou recorde de público. À noite, o parque de exposições mais uma vez ficou movimentado com o divertido show country da Banda Billy The Kid.
(Thomaz Júnior)
 



























sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Sebrae em Ação tem palestra show na abertura

 A abertura oficial do SEBRAE em Ação foi marcada pela palestra show ‘A mágica dos resultados empresariais’, na noite desta quarta-feira, 01/08, no Centro Cultural João Bosco, em Manhuaçu.
Realizada em parceria com a ACIAM (Associação Comercial, Industrial e de Agronegócios de Manhuaçu) a iniciativa reuniu grande público e representou a consolidação de um trabalho bem sucedido em prol do desenvolvimento do setor empresarial da região.
Com muita criatividade, carisma, humor e números de ilusionismo, o mágico Eduardo Peres conduziu sua palestra, enfatizando aspectos fundamentais para que a empresa alcance a excelência no atendimento, e, consequentemente, melhores vendas.
A todo instante o público interagiu com as apresentações do renomado mágico. Eduardo Peres possui carreira internacional, com apresentações em sete países.
Em entrevista à reportagem, o Assistente do SEBRAE/Manhuaçu, Rafael Fraga, comentou sobre este novo treinamento. “É mais uma edição do SEBRAE em Ação em Manhuaçu. Este treinamento também acontece em outras cidades da região, como Manhumirim e Lajinha, e, com isto, estamos capacitando cerca de mil pessoas. É, portanto, uma oportunidade para o público estar presente nestas atividades”, destacou.
(Thomaz Júnior)



Recuperandos da APAC Manhuaçu participam de curso de classificação de cafés especiais

Recuperandos da APAC Manhuaçu (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) participaram de um novo treinamento direcionado à área d...